‘Os limites’ e sua ausência…

Saber ’impor limites’ em tempo oportuno e adequados, a cada fase de desenvolvimento humano, é fundamental. A estruturação da personalidade acontece desde tenra idade, aí lançam-se as bases que hão-de estruturar um agir humano e ético, respeitador de cada pessoa, das normas comuns e de uma verdadeira democracia.

Fenómenos como o ‘bulling´, o excesso de tempo que as crianças passam agarradas a ecrãs e as frequentes desordens na sala de aula, dizem da necessidade urgente de introduzir regras na ação educativa. Um estudo recente realizado por Alexandre Henrique, dedicado à indisciplina na sala de aula, revela que “num universo de 53.644 alunos, houve 11.000 participações”, o que é assustador. Pode ser necessário um “novo perfil de professor, como comentava o autor do estudo, mas a questão reflete também a ‘ausência de ‘limites na educação’ desde tenra idade.

É necessário valorizar e potenciar a família, como espaço privilegiado para a educação e o treino concreto do autodomínio e da autodisciplina nas várias dimensões da pessoa, muito concretamente, no respeito pelas regras de um são convívio, que trave a desordem e a destabilização, que se repercutem, tantas vezes, pela vida fora, como observamos. Os índices de corrupção, a falta de integridade e transparência, do qual o último escândalo financeiro, em Portugal, é disso emblemático: “quase 10 milhões de euros em transferências realizadas entre 2011 e 2014, para contas sediadas em paraísos fiscais, não foram nesse período alvo de qualquer tratamento por parte da Autoridade Tributária Aduaneira”. Não é de todo uma distração insignificante, que acontece naturalmente, são ações planeadas, consentidas e premeditadas, que refletem também a ausência de valores e de limites, em tempo oportuno. Ter a ousadia de ‘Impor limites’, a nível educativo, torna-se hoje uma necessidade inadiável.

 Maria Vieira

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