Ferida em seu coração e pressentindo ameaçada a sua segurança física, psicológica, afetiva e social com a separação de seus pais, uma criança de seis anos escreveu ao Papa com esta ‘candura e simplicidade’, na esperança de refazer a união familiar: “Querida Santidade, eu queria ter uma família unida… atualmente, vivo com minha mãe e meus avós, que são muito bons”. (cf Aleteia, 18/07/2017)
A súplica deixa intuir, que a bondade encontrada em outros cuidadores, mesmo próximos, não dá a mesma segurança que uma família construída no Amor entre um homem e uma mulher. Salvo raras exceções, qualquer criança e adolescente, confrontados com a separação dos pais, manifestam-se abandonados e tristes, mesmo se existe a certeza de permanecer com um dos cônjuges. O desejo de uma família, continua a ser um dos anseios mais fortes do coração humano.
A súplica desta criança, emblemática de tantas outras que não têm oportunidade de expressar a dor do abandono experimentado, é constrangedora e reflete a necessidade de uma mudança de paradigma na consideração da Vida, própria, dos outros e da Família.
As gerações mais velhas, responsáveis pela educação e a formação das novas gerações, têm para com estas uma ‘dívida’ cujo impacto pessoal e social é desastroso e de grande alcance: a de não lhes ‘comunicar’ por valores, atitudes e iniciativas concretas – o valor sagrado da Vida Humana e da Família e o respeito que merecem. As consequências estão por aí disseminadas, como disse o Papa Francisco em sexta-feira santa, na Via Sacra: “é vergonhoso” o que se passa por esse mundo além: vergonha por todas as imagens de devastação, de destruição e de naufrágio, que se tornaram comuns na nossa vida”.
A Vida e a Família, são temas comuns às várias efemérides em destaque neste mês: o dia da mãe; a semana da vida, o dia internacional da família, etc. Que estes momentos constituam oportunidades para afirmar e defender o valor da Vida e da Família e despertar para os mesmos as novas gerações.
Vieira Maria