Porque escolho, para que escolho, e a quem escolho, são as três grandes questões subjacentes a qualquer opção de vida. Na resposta dada desvelam-se as motivações mais profundas que movem a pessoa à escolha de um caminho de realização.
Porque escolho – Proporciona o descobrir e o identificar, no coração, das razões profundas que atraem e fazem desejar e sonhar uma determinada vocação, seja o matrimónio, seja a vida consagrada, seja o sacerdócio, seja a dedicação a outras causas de natureza mais secular. Permite verificar se no ideal do eu – existem valores a realizar ou necessidades a satisfazer.
Para que escolho – Faço esta escolha doando-me na gratuidade, a outro, a Outro ou a outros procurando com eles e para eles a realização e a felicidade, ou busco simplesmente a minha realização pela satisfação das necessidades físicas, afetivas e espirituais, que o outro me proporciona? A realização e a felicidade são consequência de uma opção feita no amor e por amor, mas não são a sua causa.
A quem escolho – A vocação comporta a escolha de um outro, ou Outro, ou outros, com quem quero, ou junto de quem quero realizar um projeto, contribuindo desse modo, para a sua felicidade e para a construção de um mundo melhor. Viver e realizar uma vocação, seja ela qual for, é entender o amor em chave de compromisso, doação de si mesmo e comunhão.
O mês de fevereiro confronta-nos com o tema das escolhas, nele se assinala o dia dos namorados e a semana dos consagrados. As escolhas reclamam um processo de aprendizagem que é necessário treinar em pequena e em grande escala. É um exercício de todos os dias. Torna-se difícil chegar às grandes opções, se não se aprendeu a fazer ‘pequenas escolhas’ no quotidiano e isso lança um forte apelo aos educadores, nomeadamente às famílias, para que proporcionem aos filhos o exercício e o domínio da vontade, para que estes aprendam a maturidade, a autonomia e a responsabilidade que cada vocação exige.
Vieira Maria