Elevar a património mundial, bens materiais e imateriais que foram e são valiosos tesouros para a humanidade pelo seu significado e impacto na vida das pessoas e das sociedades, é cada vez mais comum. Vem isto a propósito do desejo expresso pela Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, em apoiar a candidatura dos jornais centenários a ‘património imaterial cultural’, expostos na assembleia da Republica, até março, pedindo para o efeito o reconhecimento da Unesco, em contexto do Ano Europeu do Património. Qualquer destes títulos, em muito contribuíram para o desenvolvimento da população local, de alguma ‘classe’ em particular ou da população em geral. Tinham associados a si a defesa de causas humanitárias, pelas quais se debateram, e na sua arte, teimosia e persistência, foram melhorando costumes, proporcionando maior conhecimento e, consequentemente, melhores condições de vida.
Reconhecer o mérito deste património imaterial, é culturalmente legítimo. Todavia, é lamentável que os grandes pilares da humanidade: a pessoa humana e sua dignidade, o valor da vida, a família, o respeito, a paz, o cuidado com a preservação do planeta – a nossa casa, não tenham igual ou até mesmo superior reconhecimento.
Mesmo não sendo centenário, neste contexto, evoco o Fundador deste Jornal, que em 1960, constatando as inúmeras necessidades de formação da Família, sobretudo das que tinham menores recursos, lançou esta publicação que teve e tem grande impacto na vida de muitas famílias. Um património imaterial de grande valor, vocacionado para a dignificação e defesa da família.
Vieira Maria