As pessoas passam, as Instituições ficam. As pessoas envelhecem e morrem, as Instituições permanecem e fortalecem-se. Isto que parece evidente, é também, de certo modo, um paradoxo, uma vez que as instituições não vivem sem as pessoas. Aliás são elas que lhes dão vida e são a sua razão de ser. Então, quando dizemos: “as pessoas passam”, é preciso acrescentar: Passam, mas deixam rasto; Envelhecem, mas o seu dinamismo interior continua ativo; Morrem corporalmente, mas o seu espírito está vivo no carisma institucional. É assim, de modo geral para todas as instituições, é assim para o Instituto Secular das Cooperadoras da Família (ISCF), que hoje, 4 de junho atinge a bonita idade de 85 anos. Por isso, recordamos esta data que nos transporta àquele dia 4 de junho, mas de 1933 – Ano Santo da Redenção – que era Domingo e coincidia com a festa do Espírito Santo. Foi, sem dúvida este mesmo Espírito que “fecundou” a pequenina semente, representada naquelas primeiras seis vidas que nesse dia se consagraram ao Senhor, constituindo o embrião do Instituto Secular das Cooperadoras da Família. O motivo deste ato histórico era duplo: «o desejo de perfeição pela prática dos Conselhos Evangélicos manifestada por algumas associadas militantes e dirigentes da Obra de Previdência e Formação das Criadas (OPFC) e o assegurar o substrato humano e espiritual que desse continuidade à OPFC…» (Homem de Deus para a Humanidade, Padre Joaquim Alves Brás, pág. 254) ou, no dizer do próprio fundador, (…) um núcleo que viesse a ser o princípio de toda a actividade e orientação e como que o coração espiritual e apostólico da Obra já organizada e de outros ramos profissionais a criar (…) ligada de modo particular às famílias… (ArqJBrás 13/ 10).
Recordar o aniversário do ISCF é, antes de mais, prestar homenagem ao seu Fundador, Venerável Padre Joaquim Alves, homem carismático, que soube estar atento ao Espírito e às necessidades dos irmãos;
É agradecer-lhe e agradecer a Deus, a doação de toda a sua vida votada a esta causa;
É reconhecer que a sua presença, continua espiritualmente viva e ativa, no Instituto, em todas as suas obras, e em todos os seus membros, a inspirá-los, a interpelá-los, a lançá-los para a frente;
É dizer-lhe que contamos com ele e que queremos que ele conte connosco.
Depois do Fundador, apraz-nos recordar também aquelas que foram, com ele, colunas angulares na estrutura deste edifício espiritual: as seis primeiras cooperadoras, que a Deus se consagraram nesse dia 4 de junho de 1933. Destas, destacamos a Maria José Lucas – a Zezinha – considerada como a co-fundadora, e a Adelaide Nunes, por serem as que ingressaram a tempo pleno no Instituto, e nele se mantiveram fieis até ao fim, partilhando das suas alegrias, vicissitudes e esperanças, até ao dia em que o Senhor as chamou a si.
Este é, pois, para todos os actuais membros do ISCF um dia de Comunhão, antes de mais com Deus e com o Fundador, com as primeiras obreiras, e com todas as demais cooperadoras que não só fazem parte do seu passado mas também do seu presente, porque nele permanecem em espírito, deixando um rasto de luz, que continua a iluminar e a apontar caminhos de vida, de graça, de amor.
Texto: Conceição Brites – Cooperadora da Família