São cada vez mais as vozes que se levantam, alertando para os ‘danos’ de um uso desregrado do digital, sobretudo entre crianças e adolescentes. Uma situação preocupante, que tende a gerar solidão e dependências e a afunilar o leque de desejos, interesses, relações e interações.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), no dia 18 do passado mês, segundo fontes do público (19/06/2018), classificou os “distúrbios com videojogos” como um problema de saúde mental, na nova edição da Classificação Estatística Internacional de Doenças…”. A condição é definida como uma “falta de controlo crescente ao longo de um período superior a 12 meses, em que se dá cada vez mais importância aos videojogos, mesmo com consequências negativas: (falta de sono, irritabilidade, exclusão de outras atividades do dia-a-dia)”.
Embora para ser considerado “distúrbio de saúde mental”, exija contornos severos e constantes, observados durante um período de tempo, não deixa de ser mais um alerta, a reclamar uma intervenção urgente e cuidada, por parte dos pais e demais educadores, para atempadamente, prevenirem comportamentos compulsivos.
É urgente agir. As crianças e os adolescentes, não têm a força de vontade educada, nem desenvolvida a capacidade de avaliar os riscos de um uso excessivo destes meios, tão aliciantes, e até úteis, e que ilusoriamente e sem esforço, parecem oferecer segurança, sentido e companhia. Um uso mais equilibrado destes meios requer definição de limites e firmeza de orientações, por parte dos pais e educadores, para proteger e cuidar a saúde mental das crianças de hoje e dos adultos do amanhã. Há que formar para o discernimento e a oportunidade e ao mesmo tempo dosear o tempo e o conteúdo, acompanhando, informando, esclarecendo e sobretudo ensinando a gerir as frustrações inerentes a este processo.
É urgente educar e resgatar o desejo, destas ‘manipulações subtis’, fomentando o desenvolvimento da capacidade interativa: consigo mesmo, com os outros e com o meio ambiente e estimulando a abertura da mente e do coração a outros valores, desde tenra idade.
Vieira Maria