Uma série de realidades acontecidas e a acontecer colocam, neste mês de outubro os jovens no centro das atenções e preocupações a nível social, eclesial e familiar. Vive-se ainda o rescaldo da agitação causada pelo recomeço das aulas; o ingresso no ensino superior, com os anseios e dificuldades que lhe são próprios, onde não poucas famílias, vivem com apreensão os elevados custos da formação superior dos filhos, a sua inserção no mundo universitário, tão competitivo e tão desprovido de valores.
A igreja prepara-se para dar corpo à realização do Sínodo dos Bispos, no qual, procurará refletir a realidade juvenil atual, nas suas potencialidade e perplexidades, identificando: percursos de fé e experiências, estratégias, meios e métodos que ajudem os jovens a redescobrir Jesus Cristo como sentido da sua vida e a igreja como S(s)ua casa.
Neste desafio a missão educativa das famílias e das comunidades cristãs e seu exemplo, reclamam-se. Ambos os contextos, são determinantes e decisivos no levar à prática as orientações que sairão do Sínodo. Se o testemunho das famílias e das comunidades for apreendido pelos jovens como coerente e interpelativo, de certeza que estes se sentirão mais atraídos pela igreja e seu dinamismo, o que nem sempre é assim. Existe por vezes uma ‘corrupção espiritual’, como afirma o Papa Francisco, que é um contratestemunho e motivo de afastamento: “A corrupção espiritual é pior que a queda de um pecador, porque se trata de uma cegueira cómoda e autossuficiente, em que tudo acaba por parecer lícito: o engano, a calúnia, o egoísmo e muitas formas subtis de autorreferencialidade… “ (GE, 165).
Os jovens são sensíveis e anseiam por uma igreja mais inclusiva, mais comprometida com a fé que professa, anuncia e celebra; mais voltada para o serviço e menos para o poder; mais desprendida de si e mais focada em Deus; mais samaritana e por isso mais humilde e mais pobre.
Vieira Maria