O Novo Ano arranca envolvido num clima de manifestações, designadas de “coletes amarelos”, replicando no contexto português o que está a acontecer em outros países. Trata-se de um descontentamento generalizado, que desaprova as políticas que favorecem a alta corrupção e atentam contra a igualdade e a sustentabilidade de muitas pessoas, famílias e a segurança de todos os cidadãos.
As greves, são legítimas, mas muitas vezes, quem sai penalizado não é o governo, mas sim o cidadão comum com menores recursos que muitas vezes se vê obrigado a despesas extraordinárias, sem hipótese de recuperar o que já foi gasto.
Vive-se uma política de ‘jogo de empurra’. Diante das últimas catástrofes no nosso país, é lamentável o ‘jogo de empurra’, do estado para os privados e vice-versa, dando a sensação de um país desgovernado. Onde estão as verbas destinadas à manutenção e inovação ‘da coisa pública’? Que fins andarão a servir? A rapidez existe, isso sim, para nomear comissões que apurem os dados das tragédias. É logo a primeira medida adotada, que até indigna quem escuta. Infelizmente, este ‘jogo de empurra’ é transversal a muitos aspetos da vida política e social; observamo-lo também na morosidade dos processos judiciais, rodeados de comissões, com custos avultados, quando tantas vezes as causas são mais que evidentes.
O povo exige mudança de paradigma nas políticas adotadas e luta por isso, embora algumas vezes se exceda. E o novo paradigma para além de se encontrar nos pilares da verdadeira democracia, é providencialmente mencionado na Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz, dirigida a todos os homens de boa vontade, nomeadamente aos políticos: “o desafio da boa política (n. 2)”. “A política é um meio fundamental para construir a cidadania e as obras do homem, mas, quando aqueles que a exercem não a vivem como serviço à coletividade humana, pode tornar-se instrumento de opressão, marginalização e até destruição”.
Vieira Maria