É já uma tradição anual. Por ocasião da Festa da Epifania do Senhor – Dia de Reis, as Cooperadoras da Família juntaram no Lar Betânia, em Fátima, colaboradoras, utentes e familiares para momentos de partilha.
Foi a Festa da Família 2019 que este ano ganhou novos contornos. Se no ano passado a Festa foi marcada por um espetáculo preparado por utentes e colaboradoras, este ano uma celebração eucarística, uma conferência e um almoço partilhado reuniram aquilo que a Cooperadora Maria José Carvalho, diretora do Lar Betânia, considera serem os quatro pés de uma mesma mesa: “a instituição, os colaboradores, os utentes e os familiares”. Têm sido estes os pilares da formação de todos os colaboradores ao longo deste ano – o tomar consciência que todos juntos são uma família.
Nesta iniciativa, as Cooperadoras da Família quiseram estar em sintonia com o Ano Missionário que a Igreja está a viver e convidaram o Pe. Simão Pedro, Missionário da Consolata, para presidir à eucaristia do dia em que se celebrava a apresentação do Menino Jesus ao mundo, um dia de festa missionária.
“Nós apostámos numa boa preparação da eucaristia porque é o que os utentes mais valorizam”, contou Maria José, o que transformou o momento do ofertório num dos mais marcantes desta Festa da Família.
A Cooperadora Lurdes Lóio, subiu ao altar com um globo a representar a espiritualidade das Cooperadoras da família – “sal, luz e fermento” junto daqueles que lhes são confiados.
A colaboradora Cecília, o marido Abílio e o filho Lucas também subiram ao altar para representarem as famílias do mundo inteiro. Com eles seguiam as alianças do dia do casamento. E nesta Festa da Família foi Lucas, o filho mais velho, que, simbolicamente, repetiu o gesto de colocar as alianças nos dedos dos pais como sinal de gratidão. “Lembrámos o nosso matrimónio mas desta vez mais rico porque foi um dos nossos filhos a agradecer o nosso amor e nós a agradecer o amor que ele tem por nós”, explicou Cecília Henriques.
De seguida, Maria Vieira e Encarnação, utentes do Lar Betânia, subiram ao altar. Entregaram ao sacerdote uma cântara de barro para representar a fragilidade de todos os utentes do Lar.
Logo de seguida a colaboradora Lúcia deixava no altar uma farda da instituição, um símbolo que identifica cada colaboradora com a missão das Cooperadoras.
Júlia Neves, outra utente do Lar Betânia, entregava ao Pe. Simão Pedro um pequeno cesto com os pedidos e ações de graça que os utentes fizeram ao Menino Jesus durante a quadra natalícia. “Tentámos envolver os utentes nas dinâmicas e um dos momentos do ofertório foi fruto de uma dinâmica de Natal em que cada utente escreveu uma carta ao Menino Jesus. Essas cartinhas foram hoje ao altar. O Senhor que aceite estas nossas preces”, explicou Maria José.
Na capela, onde foi necessário acrescentar cadeiras, para acomodar todos os familiares que responderam ao convite das Cooperadoras, o Pe. Simão Pedro celebrou uma eucaristia dinâmica onde os membros mais novos das famílias presentes foram convidados a subirem ao altar e a aprenderem um pouco mais sobre o Dia de Reis.
“Procurámos que a eucaristia tivesse este tom formativo, catequético porque o conteúdo é mais duradouro que um simples convívio”, contou Maria José.
Após a eucaristia, o Pe. Simão Pedro despiu as vestes sacerdotais para desempenhar o papel de conferencista, mas sem nunca deixar de ser missionário. Numa conferência marcada pela interatividade, o Pe. Simão Pedro quis colocar o foco na família e deixar de lado o “supérfluo”. “É bonito ter esta reunião neste tempo pós Natal. Neste início de ano é importante que cada um saiba colocar a família à frente de tudo porque o que levamos da vida não são os bens materiais mas sim a família”, afirmou o Pe. Simão Pedro.
Ao mesmo tempo este Missionários da Consolata, que passou vários anos em Moçambique, quis responder à questão Como posso ser missionário numa casa como o Lar Betânia? E lá ia acrescentando que a missão do Lar Betânia é “cuidar” e que o desafio a desenvolver na missão é saber “escutar”.
“Pegámos no Ano Missionário que a igreja está a viver, o apelo do Papa a todos os cristãos que por serem cristãos já são missionários e tentámos espevitar este pequenino grupo para ser missionário no local onde se encontra”, explicou a Cooperadora Maria José.
Com esta iniciativa as Cooperadoras quiseram que cada um dos presentes levasse uma mensagem para casa. “O nosso objetivo é partilhar aquilo que somos por missão – Cooperadoras da Família ao serviço da família. Pretendemos que as pessoas percebam aquilo que somos e ao mesmo tempo que partilhem connosco desta alegria de sermos família e levem um bocadinho de formação”.
A manhã terminou com um almoço partilhado onde era visível o grau de satisfação dos familiares dos utentes e colaboradoras. A colaboradora Cecília resumia os ensinamentos que ia levar deste dia: “Damos demasiada importância ao supérfluo e deixamos de lado o principal. Aqueles que têm menos são mais felizes que nós que temos mais e andamos numa correria a tentar ganhar mais isto e aquilo e nunca estamos satisfeitos”.
Muitos dos presentes fizeram vários quilómetros para participarem na iniciativa e não pouparam elogios. “ Uma festa muito bonita”, “a homilia foi muito interessante” ou “o padre era muito dinâmico” foram as expressões que mais se ouviram.
Depois do almoço os familiares subiram aos espaços dos utentes para passarem o resto do dia junto dos seus entes queridos.