A promessa e o risco do chamamento do Senhor

A 12 de maio a Igreja assinala o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. O Papa Francisco apela a “uma pastoral juvenil e vocacional que ajude a descobrir o projeto de Deus”.

O Papa Francisco apela a “uma pastoral juvenil e vocacional que ajude a descobrir o projeto de Deus”. Na mensagem para o 56.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que este ano se assinala a 12 de maio (no final da Semana de Oração pela Vocações), Francisco adianta que esse trabalho dever ser feito “especialmente através da oração, meditação da Palavra de Deus, adoração eucarística e direção espiritual”. 

Reconhecendo que nem sempre é fácil discernir a própria vocação e orientação da vida, Francisco pede um “renovado esforço por parte de toda a Igreja”. Sacerdotes, religiosos, animadores pastorais, educadores, todos são chamados a proporcionarem, sobretudo aos jovens, “ocasiões de escuta e discernimento”.

Recordando os dois últimos grandes acontecimentos da Igreja dirigidos aos jovens: o sínodo dos Bispos em outubro passado e as Jornadas Mundiais da Juventude do Panamá, Francisco convida a uma reflexão sobre a promessa e o risco do chamamento de Deus. “ Desejo refletir sobre o chamamento do Senhor enquanto nos torna portadores duma promessa e, ao mesmo tempo, nos pede a coragem de arriscar com Ele e por Ele”.

O Papa afirma que o chamamento do Senhor “não é uma ingerência de Deus” na liberdade de cada um, nem é uma “«jaula» ou peso” colocado às costas. “Pelo contrário, é a iniciativa amorosa com que Deus vem ao nosso encontro e nos convida a entrar num grande projeto”. É “deixar-se envolver totalmente e correr o risco de enfrentar um desafio inédito” e ter “a audácia a que nos impele com força a descobrir o projeto que Deus tem para a nossa vida”, adianta Francisco.

No chamamento à vida consagrada ou ao sacerdote ordenado há uma descoberta que “entusiasma” mas ao mesmo tempo “assusta”, escreve o Papa. “Esta escolha inclui o risco de deixar tudo para seguir o Senhor e de consagrar-se completamente a Ele para colaborar na sua obra”.

“Resistências interiores” e “certos contextos muito secularizados” onde não existe lugar para Deus podem “desanimar”, por isso Francisco convida os jovens a não serem “surdos” perante o chamamento do Senhor. “Não vos deixeis contagiar pelo medo, que nos paralisa à vista dos altos cumes que o Senhor nos propõe”.

Francisco volta à Jornada Mundial da Juventude do Panamá para lembrar a história de Maria, cuja vocação também foi uma “promessa” e “um risco”. “A sua missão não foi fácil, mas Ela não permitiu que o medo A vencesse”, afirmou Francisco. O projeto de vida de Deus para cada um não passa apenas pelo chamamento à vida consagrada. “A vocação é um convite a não ficar parado na praia com as redes na mão, mas seguir Jesus pelo caminho que Ele pensou para nós, para a nossa felicidade e para o bem daqueles que nos rodeiam”, escreve o Papa.

O chamamento à vida cristã encontra expressão em várias vocações: no formar família, na escolha da profissão, no compromisso no campo da caridade e da solidariedade, nas responsabilidades sociais e politicas, entre outras. Para Francisco “trata-se de vocações que nos tornam portadores duma promessa de bem, amor e justiça, não só para nós mesmos, mas também para os contextos sociais e culturais onde vivemos, que precisam de cristãos corajosos e testemunhas autênticas do Reino de Deus”. 

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