Celebrar em “festa” mas também com o “incómodo” das mães que sofrem. A mensagem da Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF) para o Dia da Mãe começa por lembrar as mães vítimas do ciclone Idai, em Moçambique.
“Este ano, não é possível celebrar o Dia da Mãe, sem falar destas mulheres que carregam alegrias e dores, todos os dias. Que passam fome, para dar de comer. Que não dormem, para velar sonos inocentes. Que não têm lágrimas para chorar, mas que enchem de silêncio o nosso coração”, lê-se na mensagem da CELP para o Dia da Mãe que se assinala a 5 de maio.
Para os bispos portugueses “o Dia da Mãe também deve ser este incómodo”. Celebrar é uma festa mas “ganha outra dimensão que talvez nos coloque mais perto do céu, mais próximos de Maria, se conseguirmos ir ao encontro de todas as Mães”, afirmam.
O Dia da Mãe ganha mais significado “se nos deixarmos tocar pelo sofrimento das Mães que sobrevivem a ciclones, das Mães que são vítimas de violência, das Mães que choram por filhos perdidos, das Mães que correm e correm, para cuidar de filhos e netos” e nos “enchermos de alegria, pelas Mães que brincam felizes em parques tranquilos, que podem alimentar os seus filhos, dar os melhores cuidados aos que estão doentes e acompanhar o crescimento saudável dos seus netos”, lê-se na mensagem da CELF.
Para a Comissão Episcopal do Laicado e Família “celebrar é um festa” mas há que “não virar as costas ao mundo” porque “o Dia da Mãe é tudo isto. E é Moçambique e a nossa rua”.
Os bispos falam no “martírio materno” das mães que sofrem e que não são “escutadas, compreendidas, amadas e apoiadas”. Uma situação que “exige uma consciência que terá de implicar mudanças de comportamentos”.
“Celebrar, sim. Alegrarmo-nos, sim. Mas atentos e conscientes de que, até o pouco que temos, pode ser tudo para tantas Mães, que em tudo merecem a mesma festa, a mesma celebração, a mesma alegria por este dia, o Dia da Mãe”, conluiem.