Revitalizar e consolidar, fortalecer os laços de pertença à Família Blasiana e fazer crescer o Movimento para um Lar Cristão (MLC). Estas são algumas das linhas programáticas apresentadas em Fátima, no passado dia 7 de julho, pelo novo casal presidente do MLC. O casal Bento Freitas, Anabela e Aires, sucedem ao casal Moniz na presidência deste movimento fundado em 1962 pelo venerável Padre Joaquim Alves Brás.
Os novos responsáveis por este movimento, que tem como objetivo cooperar com a família na realização da sua vocação e missão, propõem-se “revisitar as origens e beber na fonte a identidade do carisma fundacional”. Em causa está o aprofundamento de questões como: “Quem somos nós como família cristã? Quem somos nós como Movimento de famílias para as famílias? Qual o nosso lugar na igreja e na sociedade?”.
Anabela e Aires, juntamente com outros casais que fazem parte da equipa executiva, querem imprimir novo dinamismo aos núcleos MLC já existentes e levar o movimento a outras paróquias e outras dioceses. O novo casal presidente pretende ainda concluir o processo de revisão dos estatutos do MLC e atualizar a base de dados dos seus membros.
O casal Bento Freitas, tal como a nova equipa executiva e fiscal, só entrarão em funções após a Conferência Episcopal Portuguesa homologar os novos órgãos sociais do MLC. Esperam que até ao dia 27 de outubro a situação esteja regularizada, dia em que reunirá em Fátima a Equipa Nacional e onde será feita a programação para o ano 2019/2020, bem como a apresentação global do tema e subtema que marcarão o próximo ano pastoral.
Em entrevista ao Jornal da Família, Anabela e Aires explicam os contornos da sua nova missão.
Jornal da Família (JF)- No contexto dos movimentos existentes no ambiento da Pastoral Familiar, o que propõe trazer de novo ou diferente esta revitalização do MLC? Que contributo pretende dar à sociedade?
Casal Bento Freitas (CBF) – O Movimento por um Lar Cristão é um Movimento de famílias, incluindo os filhos, não dá resposta só ao casal, é mais abrangente. Na medida em que vivemos a espiritualidade baseada na Sagrada Família de Nazaré como modelo de família e testemunho de fé, é um convite que passa pelo testemunho e dinâmica do MLC. O MLC cresce na consciência de que somos protagonistas da chamada política familiar, assumindo a responsabilidade de transformar a nossa própria família cristã e a sociedade. É o Evangelho da família que nós queremos descobrir mais e ajudar a descobrir a todos aqueles que se cruzam no nosso caminho.
JF – Num mundo marcado pela azáfama rotineira das famílias (casa/trabalho, trabalho/casa, filhos/escola, etc.) como pretendem “conquistar” novos membros para o movimento?
CBF – Aos candidatos a membros para o MLC mostramos que não é uma perda de tempo, mas uma forma de apoiar o crescimento enquanto família e na educação dos filhos. É um momento de paragem para fortalecer a relação do casal, onde podemos conhecer outras experiências e ou vivências familiares que nos enriquecem. Sentimo-nos mais próximos de Deus, da Sua Palavra e da Missão que nos dá e pela qual nos quer no Mundo. O desafio do MLC é procurar a felicidade das pessoas e das famílias que o integram. A família, a tua e as outras valem o teu esforço, o teu amor, mesmo quando te exigem compromisso, empenhamento e menos comodismo.
JF – Como veem o panorama atual das famílias tendo em conta, por exemplo, os elevados índices de divórcio ou o aumento de nascimentos fora do casamento?
CBF – Vemos o panorama atual com alguma preocupação, mas especialmente como desafio e campo de missão. O MLC está numa atitude de acolhimento e desejo de apoiar e de despertar nos jovens a beleza da Fé, do Matrimónio, da família…
JF – O que os fez aceitar este desafio?
CBF – Este desafio foi aceite porque amamos e sentimo-nos amados por Deus, desta forma temos que amar os outros. Se o MLC nos apoiou, nos ajudou a crescer enquanto casal e família só podemos desejar isso para os outros. O exemplo de vida do Padre Brás inspira-nos. Temos um sacerdote e Cooperadoras que nos apoiam sempre, em todos os momentos da nossa vida. Também sentimos fortemente o empenho dos outros casais em nos convidarem com insistência para aceitarmos este cargo, que vemos como Missão.
Conseguimos reunir uma boa equipa, onde é nosso objetivo trabalharmos muito de perto com todas as Dioceses onde está implantado o MLC, e com todas aquelas a que iremos chegar com a ajuda do Espírito Santo.
Artigo da edição agosto/setembro do Jornal da Família