Crescer na fé da família: o caminho para uma vocação… ou duas.

Pedro cresceu com a fé da família e cedo sentiu o chamamento ao sacerdócio. No âmbito da Semana de Oração pelos Seminários, fomos conhecer a história da vocação de Pedro Sousa.

Não se recorda do que respondia em criança quando lhe perguntavam o que queria ser quando fosse grande. Foi através dos avós e dos tios que mais tarde soube a resposta que dava. Dizia: “quero ser padre”.  Pedro Sousa, hoje com 22 anos, recorda este primeiro  momento numa caminhada vocacional que vai ganhando maturidade. 

Pedro cresceu na paróquia de Tires, nos arredores de Lisboa, no seio de uma família católica onde a vivência da fé sempre fez parte do dia a dia e foi algo que sempre o marcou. Começa por destacar o matrimónio dos pais, membros do movimento Equipas de Nossa Senhora. “O casamento dos meus pais é uma experiência feliz com mais de 25 anos de vida matrimonial”, conta Pedro.  E é neste ambiente que recorda a altura em que os pais eram Catequistas, e mais tarde Ministros Extraordinários da Comunhão, e ainda criança os acompanhava, ao domingo, nas visitas aos lares ou a casa dos idosos para darem a comunhão. Recorda a oração às refeições, a oração do terço “pelo menos uma vez por mês, habitualmente no dia 12”, as idas a Fátima e a missa ao domingo. “Orientávamos a nossa vida para ir à missa ao domingo”, conta Pedro Sousa que acrescenta que “toda esta experiência de Igreja doméstica” foi crescendo nele.

Pedro cresceu com a fé da família e com a referência do pároco de Tires que ajudava sempre que podia com os “modernos” computadores. Passou a integrar o grupo dos Acólitos.  “Passei algum tempo com o meu pároco e tomei o gosto pelo que ele fazia, sobretudo o acompanhar as pessoas”. O convite para entrar para o Pré-Seminário surgiu nesta altura. Pedro tinha 12 anos e o desejo de servir o Senhor.

Só tinha de contar e pedir autorização aos pais. A primeira resposta foi um ‘não, não vais!’. “Eu pensava que iria ser a minha mãe por ser uma mãe mais ‘galinha’, a dizer ‘não’mas até foi o meu pai que disse ‘nós queremos que tu cresças connosco e quando tiveres 18 anos então podes ir para o seminário’”. 

Depois de muitas conversas no período da Páscoa e da Quaresma desse ano e depois do crisma do Pedro tudo mudou. Pedro, com autorização dos pais,  entra no Pré-Seminário com 13 anos para completar o 8º ano. 

A caminhada trouxe-o até ao Seminário Maior dos Olivais, em Lisboa,  onde frequenta o 4º ano rumo à ordenação sacerdotal. Mas não está sozinho nesta caminhada. Com ele  caminha o irmão gémeo, Afonso, também ele seminarista no mesmo ano.

Afonso entrou um ano depois de Pedro para o Pré-Seminário. Quando comunicou aos pais a vontade de seguir este caminho a decisão já foi mais fácil. “Os meus pais já tinham outra consciência porque eu já estava a viver o Pré-Seminário e eles viam-me muito feliz e isso foi muito importante para que eles dissessem ‘sim’ ao Afonso”, explica Pedro. Depois foi uma caminhada em conjunto no Pré-Seminário, no Seminário Menor e agora no Seminário Maior.

Enquanto caminha para a ordenação sacerdotal vê o percurso do Seminário como uma graça. “Sinto-me um jovem com sentido para a vida, com horizonte”. O “quero ser padre” de criança ganha hoje novos contornos.  O sacerdote dos dias de hoje deve ser “o rosto de uma Igreja que quer levar as pessoas a serem felizes”, afirma Pedro Sousa, que diz ter o desejo de “ser padre no meio dos jovens”, mas também “junto dos mais velhos”. Quer ser “aquele que dá um horizonte à vida das pessoas apontando a santidade”.

Pedro caminha agora para a próxima etapa. Neste 4º ano de Seminário será instituído Leitor, no 5º ano Acólito e no 6º ano, antes da Ordenação Sacerdotal, Pedro será ordenado Diácono.

Pedro ainda não é sacerdote mas a sua grande riqueza não está apenas naquilo que ele é atualmente mas naquilo que poderá chegar a ser.

Artigo publicado na edição de novembro do Jornal da Família

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