Foram momentos muito densos… sentimos um acolhimento caloroso de pastor, de quem está todo inteiro e presente no que se lhe quer comunicar, no que observa e no que olha e escuta. Olhos nos olhos… pudemos expressar, serenamente, o que ali nos levava e saudar calorosamente o Papa Francisco. Foi uma honra e uma alegria indizível ver a Associação, que representa cerca de 180 títulos, ser anunciada naquele lugar e naquele contexto, ganhando maior visibilidade.
Foi no rescaldo das várias iniciativas que assinalaram os 25 anos da Associação de Imprensa de inspiração Cristã (AIC), que sonhamos juntos – a direção – ir a Roma, cumprimentar o Santo Padre e pedir-lhe uma bênção especial para o trabalho que Associação desenvolve e o impulso que quer continuar a dar aos seus associados, especialmente no âmbito dos constrangimentos que afetam hoje as várias publicações.
No diálogo com o Santo Padre, e como direção comprometemo-nos, a defender uma informação verdadeira, que se contrapõe às falsas notícias (Fake News). Cada membro, fez seu este desafio e procurará que ele continue a ter expressão na publicação que coordena, pugnando por uma imprensa mais ativa, que não privilegia o lucro e a sensação, mas antes um jornalismo de fidelidade aos factos, de proximidade, sendo voz dos que não têm voz.
Integrando a direção da AIC, da qual a publicação que me está confiada – o Jornal da Família – , é sócia, tive a graça de fazer esta viagem, num clima de cordialidade. Embora as atenções estivessem focadas nos 25 anos da Associação, nos jornais centenários e nos 40 anos do 70×7, no silêncio do meu coração e naquele cumprimento tão terno e fraterno quanto efusivo, pedi uma bênção para o Jornal da Família, que está na eminência de completar 60 anos. E senti que a bênção do Papa Francisco se estendia a todos os que tomam parte ativa neste projeto.
60 anos serão completados em janeiro próximo! Que alegria! Na fidelidade aos seus princípios e àquilo a que nos comprometemos no diálogo com o Santo Padre, esta publicação sexagenária quer continuar a afirmar, nas suas páginas, para além de uma formação e informação generalizada, a verdade da Família em Deus: unidade na complementaridade, indissolubilidade e fecundidade ou abertura à vida, pilares que se fortalecem na lógica do dom; que reclamam a construção paciente e quotidiana de um amor feito aliança, que se vão purificando e fortalecendo nas alegrias e dificuldades próprias do caminho. O Jornal da Família, quer ser contracorrente, em relação às falsas conceções que nos querem ‘vender’ sobre a família. Quantas formas, e por vezes tão veladas, de atentar contra a instituição familiar, procurando esvaziar o seu significado, desacreditar o seu papel insubstituível e a sua eficácia na transmissão de valores, especialmente na defesa e na promoção da dignidade da pessoa humana.
Mesmo sendo de cariz católico, as suas páginas pretendem ser inclusivas, e nos conteúdos que veicula, quer apoiar todas as famílias, quer as que não vivem a sua vocação matrimonial numa dinâmica de fé, quer as que vivem em dificuldades várias: as que sentem o constrangimento da situação irregular em que se encontram, as famílias monoparentais, que tantas vezes experimentam a solidão, no quotidiano e nos desafios que a educação dos filhos exige. As que se sentem feridas nos seus direitos, mas também nos laços afetivos que a une. Quer ser um apalavra que a todos ilumina.
Vieira Maria