Mensagem da Comissão Episcopal do Laicado e Família para o Dia do Pai – 19 de março
Neste tempo quaresmal e de emergência, ao celebrarmos o Dia do Pai, temos consciência de que não somos donos da vida. Basta um vírus para a colocar em risco.
Queremos, antes de mais, enviar a todos os pais uma mensagem de gratidão, conforto e esperança no meio das ameaças que, inexoravelmente, todos sofremos. Fazemos votos de que, no fim deste período de sobressalto, o mundo esteja melhor e a vida de cada pessoa mais valorizada.
Com as crianças e adolescentes em casa, vão ser precisos“superpais e supermães” para reinventar a convivência familiar, pois a atividade social terá de estar reduzida ao mínimo, como a prudência recomenda.
Quem sabe se não será oportunidade para diálogo familiar sobre a beleza e sentido da vida: esse bem superior a todas as ilusões do bem-estar, da riqueza, da economia, dos negócios, do consumo, da rivalidade, da superioridade…? Na realidade, somos todos limitados e ansiosos por algo ou Alguém que não passe com uma pandemia!
Quem sabe se não pode ser um tempo para “recomeçar” em pontos essenciais da vida pessoal, de casal e de família, melhorando a qualidade dos relacionamentos?
Contava, há dias, um pai que, depois de algumas dificuldades da vida em casal e algum tempo separados, conseguiu voltar a ler a sua própria história à luz de Deus e dar um passo mais decisivo no casamento. Deus voltou a dar-lhe a esposa e os filhos e, juntos, decidiram abraçar com mais força a vida de família. Ser pai é, se necessário, ter a humildade de “pedir perdão e recomeçar”!
Quem sabe se não é oportunidade para acompanhar, nem que seja à distância, quem está mergulhado no drama da doença, da solidão ou de outro género?
No dia 19 de março, a Igreja faz memória de S. José, esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus. É modelo de pai e de todos os pais! Dele, não se conhece qualquer palavra, pois os quatro Evangelhos não relatam qualquer diálogo. Homem silencioso, soube garantir a estabilidade necessária à mais extraordinária família sobre a terra. Viveu para que Maria de Nazaré e Jesus tivessem uma casa, um lar carinhoso, o conforto e a proteção necessária.
Para fazer bela a família, mesmo no meio das ameaças de uma pandemia, como a que vivemos, não são precisas muitas palavras, basta que cada uma seja rico em amor para o outro. “Não tenhas medo!” ouviu José numa mensagem que vinha do “Alto”, no momento das dúvidas existenciais que o assaltavam. Foi um pai fiel à voz de Deus e foi pai forte sempre que teve de mudar de local para proteger a família.
Que S. José ilumine todos os pais num período em que estarão mais tempo com os filhos. Que saibam inventar novas formas de convívio, de trabalho e de passatempo em família. Provavelmente vão fazer coisas que nunca fizeram, ter conversas que não teriam, orações em família que nunca fariam, projetos que juntos não sonhariam!
Como sugere a imagem que o Papa Francisco tem no seu quarto, até a dormir, um pai como S. José continua a velar! Confiemo-nos a ele, confiemos os nossos filhos, famílias, amigos e este belo mundo doente. Todos somos importantes! Podemos contagiar com o coronavírus ou tudo curar com o remédio mais eficaz, o do amor.
Muitos parabéns para todos os pais!
Comissão Episcopal do Laicado e Família