Em tempos assolados pela pandemia Covid-19, o Prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida escreveu uma carta às Famílias de todo o mundo convidando-as a ser “igreja doméstica”.
“Aproveitemos este tempo um pouco estranho para acolher e viver o Espírito nas nossas casas e redescobrir a riqueza e o dom das nossas Igrejas domésticas”, escreve o cardeal Kevin Farrel.
Numa época marcada pelo confinamento das famílias ao espaço casa, com as igrejas fechadas e as celebrações suspensas, o cardeal Farrel fala no “redescobrir o sacramento do matrimónio” na “pequena Igreja doméstica”. Será uma oportunidade para cada família cristã “se descobrir naquilo que é: manifestação genuína do mistério, que é a Igreja como corpo de Cristo”.
Kevin Farrel propõe às famílias celebrar o Domingo de uma maneira mais solene. “Podemos reunir-nos todos numa sala, recitar um salmo de louvor, pedir perdão uns aos outros com uma palavra ou gesto entre esposos e entre pais e filhos, lendo o Evangelho do Domingo, expressar um pensamento sobre aquilo que a Palavra provoca em cada um, formular uma oração pelas necessidades da família, daqueles que amamos, da Igreja e do mundo. E, por fim, confiar ao cuidado de Maria a nossa família e cada família que conhecemos”.
Tirando proveito das novas tecnologias, o cardeal Farrel sugere usar ferramentas como o Skype ou outras formas de áudio ou videoconferência para celebrar o Domingo com outras Famílias.
O Prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida acredita que este poderá ser um tempo de oportunidades. Oportunidade de os pais olharem para os filhos com ternura e paciência, de moderar o tom de voz, de educar os filhos, de educa-los para o diálogo feito da escuta dada ao outro, de calma interior, de respeito. No fundo, “um tempo de crescimento” onde marido e mulher “saibam olhar-se nos olhos e conversar um com o outro”, escreve o cardeal Farrel.
“É um tempo de pré-evangelização, nas casas e através das casas, como no tempo das primeiras comunidades cristãs, durante o qual o Senhor nos convida a reunirmo-nos como famílias, a rezarmos juntos”, defende o cardeal Kevin Farrel. Um tempo que permitirá, depois, “voltar a celebrar nas igrejas, mais conscientes e mais fortes da presença de Jesus nas nossas vidas quotidianas”.