A pandemia impossibilitou um encontro físico mas incentivou o uso das novas tecnologias e foi graças a elas que o Encontro das Coordenadoras do Instituto Secular das Cooperadoras da Família (ISCF) reuniu coordenadoras locais da missão de Angola (Cabinda), Brasil (Curvelo e Guanhães), Itália (Roma), Espanha (Madrid) e Portugal.
Foi um encontro de balanço de um ano atípico marcado por uma pandemia que obrigou à reinvenção da forma de ser e estar em missão. Alice Cardoso, Coordenadora Geral do Instituto, destacou o esforço de todas as Cooperadoras num ano marcado por uma sobrecarga de trabalho e pelas “ dificuldades de adaptação às sucessivas exigências feitas pelas entidades que tutelam as nossas atividades”, quer na área de apoio à infância, quer na área de apoio à terceira idade.
Mas apesar das dificuldades e das incertezas “foi um ano positivo, com novas oportunidades e um ano que nos trouxe novas aprendizagens, por exemplo no domínio das tecnologias”, afirmou Alice Cardoso, na reta final dos trabalhos que decorreram via Skype.
Presentes estiveram 24 coordenadoras locais, num encontro que decorreu de 17 a 20 de julho, e que contou também com um tempo de formação orientado por Juan Ambrosio. O docente da Universidade Católica Portuguesa partiu do Ano Laudato Sí, proclamado pela Papa Francisco, e do documento “Querida Amazónia”, saído do Sínodo sobre este território, para deixar vários desafios às Cooperadoras no âmbito da “Ecologia Integral”.
A Cooperadora Etelvina Covêlo destacou a pergunta deixada pelo Teólogo da Universidade Católica: “Qual a vossa Amazónia? Qual a Amazónia das Cooperadoras no campo da família?”. Num mundo que parou e recomeçou, já nem tudo é igual e a pergunta “Qual a Amazónia do nosso Instituto?” também inquieta a Cooperadora Nazaré Soares.
Já Elizabete Puga destacou a ideia que numa igreja renovada “podemos transformar a nossa existência em lar” para “tratar desta casa comum”. Ficou-lhe também no ouvido a pergunta “A vossa pastoral é uma pastoral de visita ou uma pastoral de presença?”
Arminda Batista, ainda em período de confinamento no Brasil, reteve a relação entre a intimidade da fragilidade humana, bem patente nesta pandemia, e a fragilidade do planeta.
O saber escutar, escutar “o grito do povo” foi uma das ideias retidas por várias Cooperadoras. Até porque o tema da escuta marcará o próximo ano pastoral do Instituto cujo lema ficou definido neste encontro: “Escutai! Deixai-vos transformar pelo espírito”.
O ano 2020/2021 será marcado pela preparação da próxima Assembleia Geral agendada para 2021. E no próximo ano pastoral as Cooperadoras são convidadas a refletir sobre a vida e missão do Instituto. Uma reflexão que passa pelo discernimento orante que deve predispor para a escuta, pelo desafio à santidade, pela importância da Palavra de Deus, pelo reavivar da promessa do apostolado e pela revitalização da pastoral vocacional.
IM