O Papa Francisco convidou as comunidades católicas a celebrar, a 1 de setembro, o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. No passado domingo, no final da recitação do ângelus, no Vaticano, Francisco associou-se também à iniciativa ecuménica que celebra este ano os 50 anos da instituição do Dia da Terra. Uma iniciativa que decorre até 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis.
Em Portugal, a Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana divulgou uma mensagem a propósito do Dia Mundial de Oração pela Cuidado da Criação apresentando-o como “uma oportunidade extraordinária” em tempos de pandemia “marcados pela incerteza e pelo medo, às vezes pela angústia, pela aflição e pela dor de tantos”.
Um tempo também “marcado pelo cuidado com os mais frágeis” com muitos exemplos de “vidas vividas na entrega aos outros, vidas dadas para que os outros vivam também”, acrescenta este organismo da Conferência Episcopal Portuguesa.
A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana recorda que o novo coronavírus “encontrou grandes desigualdades e discriminações no seu caminho devastador; e aumentou-as”, citando o Papa Francisco na audiência geral de 19 de agosto.
“O novo estilo de vida que procuramos deixou de ter o caráter opcional”, afirma este organismo e assinala que a encíclica social e ecológica ‘Laudato Si, assinada pelo Papa há cinco anos (24 de maio de 2015), apresenta “diversas propostas concretas, todas oportunas, muitas delas urgentes”.
Promovido pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, um organismo da Santa Sé, a Igreja Católica está a viver, até ao dia 24 de maio de 2021, um ano dedicado à ‘Laudato Si’. Um ano que a Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana pretende que seja de “conversão dos nossos corações” e dos “corações daqueles de quem dependem as efetivas mudanças nas políticas públicas”.
Também o Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e a Conferência das Igrejas Europeias (CEC) convidam a celebrar o ‘Tempo da Criação’, de 1 de setembro a 4 de outubro, e assinalam que a pandemia “revelou” quão “profundamente o mundo está interconectado”.
Num comunicado conjunto afirmam que deve “existir um equilíbrio justo e sustentável entre as realidades sociais, económicas e ecológicas”.
Os responsáveis cristãos apontam para “a necessidade de restaurar o equilíbrio nos próprios sistemas de vida, afirmando a necessidade de igualdade, justiça e sustentabilidade”, confirmando a necessidade de uma “voz profética em defesa da casa comum”.
IM