O Prémio Nobel da Paz foi este ano atribuído ao Programa Alimentar Mundial (PAM),“pelos esforços no combate à fome, pela contribuição para melhorar as condições de paz em zonas de conflito e por agir como uma força motriz nos esforços para evitar a utilização da fome como arma de guerra”, justificou o comité Nobel.
“A alimentação é a melhor vacina contra o caos”, afirmou a presidente do Comité, Berit Reiss-Anderseno. Com esta distinção, o Comité norueguês quis focar o olhar do mundo “para os milhões de pessoas que passam fome” no mundo.
O Programa Alimentar Mundial “assume um papel-chave na promoção da cooperação internacional e em transformar a segurança alimentar num instrumento de paz; contribui diariamente para defender a fraternidade entre nações a que Alfred Nobel se refere no seu testamento”, afirmou ainda Berit Reiss-Anderseno.
Para a agência das Nações Unidas foi um “momento de orgulho”, afirmou o porta-voz do PAM, Tomson Phiri, numa conferência de imprensa em Genebra.
“A candidatura em si foi suficiente, mas prosseguir e ser nomeado vencedor do Prémio Nobel da Paz é nada menos do que uma façanha”, acrescentou, referindo-se ao trabalho da agência no fornecimento de alimentos durante a pandemia de Covid-19, numa altura em que as companhias aéreas não voavam.
Fomos “além do esperado”, sublinhou Tomson Phiri.
Fundado em 1961, o PAM tem sede em Roma e é totalmente financiado por contribuições voluntárias. No ano passado, distribuiu 15 mil milhões de refeições e assistiu 97 milhões em 88 países.
A organização diz, contudo, que estes números representam apenas uma fração das necessidades totais.
O Programa foi o escolhido dentre 318 candidatos, entre os quais Donald Trump.
A entrega do prémio está marcada para dia 10 de dezembro, na Noruega, numa cerimónia com apenas 100 convidados, devido aos constrangimentos impostos pela pandemia.
ISCF/Rádio Renascença