De novo confinados e deveras assustados com a velocidade dos contágios e das mortes provocadas pela Covid-19. Enfileiramos os países mais preocupantes a nível mundial, em infeções e óbitos. Já somos dos países da Europa mais envelhecidos, como ficaremos depois desta ceifa pandémica?
Quem ainda há tão pouco tempo, ouviu o Primeiro-Ministro afirmar e a defender que o tempo de emergência se impunha de novo porque a ‘vida humana não tem preço’, fica-se boquiaberto, quando ‘em surdina’ se ouve dizer, foi aprovada a lei da eutanásia. Como diz o ditado: ‘não dá a bota com a perdigota’, mas a vida tem ou não tem preço Sr. Ministro?
Foi nos bastidores desta cruel e estonteante pandemia e no barulho ‘desajeitado e deseducado’ da campanha para as presidenciais, que sub-repticiamente, a lei da eutanásia foi aprovada. Senhores deputados este não era o momento para fazer passar esta lei… é um desrespeito e uma provocação, tanto mais se olharmos à exaustão e ao esforço do pessoal da saúde e demais cuidadores. Há ideologias políticas e partidárias que dizem estar ao serviço do povo, mas aproveitam esse pelouro, para abrir caminho à cultura da morte, estilhaçando os valores da nossa civilização humana.
Viver o confinamento, não é fácil, mas se nos solidarizarmos com todos aqueles que lutam na linha da frente, até dar a vida, como aconteceu àquela enfermeira do Hospital de Santa Maria, ‘Célia Paulo de 49 anos, mãe de três filhos adolescentes’, a quem o excesso de cansaço levou a perder a vida, conseguiremos superar melhor. E agora, quem consola estes filhos inconsoláveis? Ninguém tem culpa da Pandemia, mas tem culpa quem não faz a sua parte para a erradicar. Fiquemos em casa… numa atitude de cooperação e corresponsabilidade. Não obstante ser difícil, é um mal menor, como dizia alguém: “Isolamento é ficar num hospital lutando pela vida. Ficar em casa é uma bênção”.
Vieira Maria
Editorial da edição de fevereiro do Jornal da Família