Sub-repticiamente… a eutanásia

"Senhores deputados este não era o momento para fazer passar esta lei… é um desrespeito e uma provocação", afirma Conceição Vieira no editorial da edição de fevereiro do Jornal da Família.

De novo confinados e deveras assustados com a velocidade dos contágios e das mortes provocadas pela Covid-19. Enfileiramos os países mais preocupantes a nível mundial, em infeções e óbitos. Já somos dos países da Europa mais envelhecidos, como ficaremos depois desta ceifa pandémica? 

Quem ainda há tão pouco tempo, ouviu o Primeiro-Ministro afirmar e a defender que o tempo de emergência se impunha de novo porque a ‘vida humana não tem preço’, fica-se boquiaberto, quando ‘em surdina’ se ouve dizer, foi aprovada a lei da eutanásia. Como diz o ditado: ‘não dá a bota com a perdigota’, mas a vida tem ou não tem preço Sr. Ministro? 

Foi nos bastidores desta cruel e estonteante pandemia e no barulho ‘desajeitado e deseducado’ da campanha para as presidenciais, que sub-repticiamente, a lei da eutanásia foi aprovada. Senhores deputados este não era o momento para fazer passar esta lei… é um desrespeito e uma provocação, tanto mais se olharmos à exaustão e ao esforço do pessoal da saúde e demais cuidadores. Há ideologias políticas e partidárias que dizem estar ao serviço do povo, mas aproveitam esse pelouro, para abrir caminho à cultura da morte, estilhaçando os valores da nossa civilização humana.

Viver o confinamento, não é fácil, mas se nos solidarizarmos com todos aqueles que lutam na linha da frente, até dar a vida, como aconteceu àquela enfermeira do Hospital de Santa Maria, ‘Célia Paulo de 49 anos, mãe de três filhos adolescentes’, a quem o excesso de cansaço levou a perder a vida, conseguiremos superar melhor. E agora, quem consola estes filhos inconsoláveis? Ninguém tem culpa da Pandemia, mas tem culpa quem não faz a sua parte para a erradicar. Fiquemos em casa… numa atitude de cooperação e corresponsabilidade. Não obstante ser difícil, é um mal menor, como dizia alguém: “Isolamento é ficar num hospital lutando pela vida. Ficar em casa é uma bênção”.

Vieira Maria
Editorial da edição de fevereiro do Jornal da Família

Partilhar:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn
Relacionado

Outras Notícias

Basílica de São Paulo fora dos Muros

É das mais importantes e imponentes basílicas papais e faz memória daquele que terá sido o primeiro grande missionário da Igreja. Cristiano Cirillo faz-nos uma visita guiada à Basílica de São Paulo fora dos Muros.

Ler Mais >>

É um dia belo o Dia-do-Pai com vistas para Deus

“Salta à vista que celebrar o pai é reunir a família, pais e filhos, avôs e netos, e avivar o mistério da vida e do amor, da paz, do pão, do vinho e da alegria, pautas novas que tanta falta fazem ao nosso mundo indiferente, violento e salitrado, em que muitas vezes não se vê nenhum céu azul ou estrelado” (Comissão Episcopal do Laicado e Família)

Ler Mais >>

25 anos de missão em Cabinda

O bispo da diocese de Cabinda agradece missão das Cooperadoras da Família ao longo de 25 anos nesta diocese angolana e chama “grande obra” ao Complexo Escolar Brazita, no Bairro do Mbuco, que acolhe mais de 900 alunos.

Ler Mais >>

Refletir a “Família” em família

Os núcleos MLC (Movimento por um Lar Cristão) de Portalegre e Lisboa levaram a cabo dois retiros para famílias. O objetivo foi refletir a “Família” em família com a ajuda de dois orientadores com vasta experiência académica e teológica na área da pastoral familiar.

Ler Mais >>