Entre nós os grandes temas da atualidade em relação ao pós-confinamento, giram à volta da retoma da economia, a nível nacional e mundial; a gestão e a aplicação dos fundos da bazuca, a contração da natalidade, as questões ecológicas e ambientais; a capitalização e revitalização das empresas; a igualdade no acesso à tecnologia, a retoma do ensino, o desenvolvimento do interior, a retoma do comércio e o turismo, etc.
Onde está a família e a educação, que são a base da construção de uma sociedade, na preocupação destes grandes debates? É pela educação da vontade e do desejo que se desperta para o sentido da dignidade pessoal, a honestidade, o respeito pela vida e o cuidado do bem comum. O cuidado com a natureza e o desenvolvimento de uma cidadania corresponsável e participativa. Estas aprendizagens não se fazem na escola, bebem-se desde logo no ventre materno e no seio de um clima familiar, que saiba aliar e dosear: inteligência e coração; afeto, emoção, ternura e autoestima; a exigência de saber balizar o bem e o mal. Educar nestes valores é ser contracorrente à cultura do descarte e da indiferença.
Assegurar que nada falte às crianças a nível material e de bem-estar é muitas vezes o que mais preocupa, mas a maior riqueza que se lhe pode oferecer, para um crescimento saudável e harmonioso, é uma educação integral digna, como defendeu o Pe Brás em 1961, dirigindo-se aos pais: “Pais católicos, vós sois os responsáveis, diante do Mundo e de Deus, pelo futuro temporal e eterno dos vossos filhos. Se não lhes puderdes deixar nem oiro nem prata, mas lhe derdes uma educação completa, legais-lhe a maior de todas as riquezas». A família e a educação, pela importância que revestem, devem ser implicadas nas grandes questões socioeconómicas para que é necessário valorização, apoio, formação e estímulos, mediante políticas adequadas.
Vieira Maria
Editorial da edição de março do Jornal da Família