Ao longo do ano «Família Amoris Laetitia» será publicado um conjunto de 10 vídeos, acompanhados de subsídios com propostas concretas de atividades e orações, através dos quais o papa Francisco, com a ajuda de algumas famílias, nos convida a caminhar juntos, para redescobrir como a família, apesar de todos os desafios que enfrenta, é verdadeiramente um dom para o mundo e para a Igreja.
No primeiro vídeo, intitulado «Caminhar juntos», somos explicitamente convidados a um exercício de cuidado, que nos permita compreender e realizar, cada vez melhor, a beleza de ser uma família
”Começamos hoje um percurso que seguiremos juntos por dez meses para contar a beleza de ser uma família. Todos são chamados a cuidar da vida das famílias com amor, porque elas não são um problema, são sempre um dom e, ao olhar para o futuro, são uma oportunidade.»
Para ajudar-nos nesse exercício são-nos propostas quatro perguntas e quatro dinâmicas, para as quais gostaria de chamar a atenção.
Estas são as perguntas:
- Estamos conscientes do caráter sagrado e inviolável do nosso casal e da nossa família?
- O que significa amar uma pessoa?
- Como vivemos a misericórdia dentro da nossa família?
- O que há de belo na nossa família, além das nossa limitações, lutas e dificuldades?
E aqui ficam as dinâmicas:
- Encontrar uma maneira de dizer aos outros familiares o quanto considera importante a própria família, através de um gesto, um pensamento ou uma palavra.
- Organizar uma noite em família sobre o tema do amor, na qual cada membro da família escreva ou desenhe sobre o que significa amar alguém. A cada pessoa será dado, depois, um tempo para explicar o que escreveu/desenhou.
- Cada membro da família compromete-se em fazer um gesto de perdão e de aceitação para com um membro da família.
- Cada membro da família aponta aos outros um aspeto positivo e belo de cada pessoa e de toda a família.
A partir destas linhas proponho um desafio aos nossos queridos leitores. E se durante este mês, em família como nos é sugerido, tentássemos fazer o exercício de pensar e responder a cada uma das perguntas (uma por semana) e nos comprometêssemos em desenvolver, também em família, ao menos uma das dinâmicas referidas (se ousarmos mais, tanto melhor)?
Julgo que seria mesmo muito importante que a celebração deste ano não ficasse apenas pelas boas intenções, ou pela celebração de alguns eventos bonitos. Claro que as boas intenções são sempre bem-vindas e são necessárias, tal como os eventos bonitos são uma maneira feliz e adequada para sinalizar a importância do que se está a celebrar, mas é preciso ir mais longe, é preciso mesmo começar a colocar a família no centro das preocupações das nossas sociedades e também das nossas comunidades cristãs.
Na medida em que formos capazes de perceber como a experiência familiar é tão vital para o ser humano como o ar que respira, ou o alimento que consome, nessa mesma medida, seremos capazes de concretizar as mudanças necessárias para a construção de um mundo onde todos nos possamos reconhecer como uma só família humana a habitar numa só casa comum.
Vamos fazer este caminho juntos!
Juan Ambrosio
juanamb@ft.lisboa.ucp.pt
Artigo da edição de maio do Jornal da Família