“Sou Cooperadora da Família” com Maria do Rosário Jordão

A vocação surgiu da observação e da interrogação. Ao Pe. Brás vai buscar o lema: “Mãos no Trabalho, Coração em Deus”. Damos a palavra à Cooperadora Maria do Rosário Jordão.

Sou Maria do Rosário Lopes Jordão, com 53 anos, natural da Batalha – Diocese de Leiria-Fátima e sou Cooperadora de Família há 31 anos. Nasci e cresci numa família cristã onde os valores cristãos e humanos me foram incutidos. Tinha 14 anos quando conheci as Cooperadoras da Família em Fátima. Eu e a minha irmã, mais nova dois anos, em 1983,  fomos para Fátima com o objetivo de aprendermos os serviços domésticos para que no futuro pudéssemos ser boas “donas de casa”, sendo esse o desejo dos meus pais. Durante cinco anos que permaneci em Fátima fui-me interrogando o porquê de tantas jovens felizes optarem por estar a viver daquela forma.  A casa de Fátima era a casa de formação em que estas jovens estavam em discernimento vocacional para se consagrarem no Instituto como Cooperadoras da Família.

Eu também me fui interrogando sobre o que Deus queria de mim, queria ser como elas, pois a forma de ser, a alegria das Cooperadoras e Aspirantes (assim se designavam na altura as candidatas ao Instituto) iam-me cativando e ia percebendo que Deus tinha para mim um projeto de me consagrar ao Senhor. Por outro lado, havia um obstáculo para a minha consagração, pois sentia a responsabilidade de ajudar os meus dois irmãos deficientes, sobretudo quando os meus pais já não o conseguissem fazer. Vivia este dilema. Resolvi então voltar para a minha terra, para ver se “apagava” a ideia de me consagrar. Mas não! Mesmo a trabalhar com crianças não me sentia realizada.

Fiz uma caminhada de discernimento vocacional com o acompanhamento da Cooperadora da Família  Manuela Caldeira e fui descobrindo que Deus tinha um projeto mais comprometedor para mim – ser Cooperadora da Família para a Família. Dei o meu “Sim” a Deus como consagrada secular no Instituto Secular das Cooperadoras da Família (ISCF) há 31 anos. Sempre senti o apoio da minha família. Recordo o dia da minha entrada no Instituto (0/09/1990) e uma frase que me marcou dita pelo meu pai (era um homem simples, mas com uma sabedoria centrada em Deus): “hoje dei uma filha ao Senhor”.

Realizo atualmente a Missão e Carisma do ISCF na Obra de Santa Zita, em Elvas, que desenvolve atividade na área da infância. Esta missão de educar, tão nobre e tão querida pelo Fundador, o Venerável Joaquim Alves Brás, não é apenas um mero trabalho, um simples serviço, mas é doação dada em cada dia ao serviço da Família, que tem como base lapidar o lema da Obra de Santa Zita: “ Mãos no Trabalho, Coração em Deus”.

Dirijo-me aos jovens que se encontram na (re)descoberta da sua vocação, não tenham medo  de arriscar a vida por Cristo, de dizer um “sim” generoso à semelhança do “SIM” de Maria, que é o caminho mais direito que vos conduz a Cristo.

Maria do Rosário
Cooperadora da Família


Partilhar:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn
Relacionado

Outras Notícias

“Elevar o coração”

A mãe “não precisa de ser uma supermulher”, mas a mãe é “a heroína que eleva o coração do marido, dos filhos, dos netos” nos momentos “de alegria, assim como na angústia e na tempestade”, escreve a Comissão Episcopal do Laicado e Família na mensagem para o Dia da Mãe.

Ler Mais >>

Sevilha, entre a liturgia e as tradições populares

“É uma mistura de arte, espiritualidade, cultura e folclore”, afirma Cristiano Cirillo ao descrever as celebrações da Semana Santa em Sevilha. Uma viagem pelas tradições e devoções sevilhanas à volta de toda uma cenografia da Paixão de Cristo.

Ler Mais >>

Centenário da Ordenação Sacerdotal de Mons. Brás celebrado em Roma

A trajetória e o legado do Pe. Alves Brás foram lembrados em Roma. Mons. Fernando Matos, Postulador da causa de canonização do Fundador da Família Blasiana, presidiu a uma celebração de Ação de Graças que fez memória dos 100 anos de Ordenação Sacerdotal. Murillo Missaci foi um dos participantes e conta-nos como foi.

Ler Mais >>