A Cooperadora da Família, Angélica Carreira Galvão, de 29 anos, fará a sua Oblação Perpétua a 15 de agosto, na Igreja da Graça, em Lisboa.
Nasceu a 8 de dezembro de 1992 na Suíça. É batizada na Igreja de Santa Catarina, na paróquia de Sierre, na diocese de Sion (Suíça) a 28 de março de 1993, mas é na Igreja Paroquial de Queimadela, na diocese de Lamego, que frequentou a catequese e recebeu os sacramentos da Eucaristia a 4 de junho de 2000 e da Confirmação a 22 de fevereiro de 2009.
Em 2010 vem para Lisboa para iniciar a licenciatura em Matemática Aplicada à Economia e à Gestão no Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade de Lisboa. Nessa altura, integra o grupo Focos de Esperança que a convocou à participação na JMJ 2011, em Madrid. Após essa “experiência marcante”, regressou “com muitas inquietações” e é desafiada pelo grupo a iniciar um Itinerário Vocacional.
Entrou no Instituto Secular das Cooperadoras da Família (ISCF) a 14 de agosto de 2012 onde, em simultâneo com os estudos profissionais e trabalho, fez um percurso de formação humano, vocacional, espiritual e eclesial. Acerca dos dez anos de formação, Angélica considera que foi “um caminho muito bonito no meio do mundo, em Igreja, nem à frente, nem atrás, nem isolada. Foi um processo que permitiu descobrir quem eu sou, conhecer-me, ganhar uma maior profundidade na oração, crescer na relação com Jesus e descobrir quem é esta Igreja com a qual eu quero cooperar e que sociedade é esta que necessita de Deus”.
Pela sua Primeira Oblação a 15 de agosto de 2017, em Fátima, consagra a Deus a sua pessoa e a sua vida, por meio dos votos de Castidade, Pobreza e Obediência e da promessa de Apostolado e torna-se Cooperadora da Família.
Sobre o seu caminho vocacional partilhou que são muitos os rostos e as famílias que foram sendo um sinal claro daquilo que era o projeto de Deus para a sua vida e que foram confirmando a certeza desta vocação. Ao Jornal da Família revelou que “sempre aspirei a coisas grandes e sonhei mudar o mundo e percebi que posso cumprir esse sonho através de coisas pequenas, santificando-me no quotidiano da vida, neste caminhar lado-a-lado com as famílias, pois o mundo constrói-se de famílias”.
Atenta à mudança de paradigma da sociedade e à transformação do modo de ser e de estar em família, a Cooperadora da Família Angélica refere com alguma graça que “não me poderei queixar de falta de ‘trabalho’ e o maior desafio sempre será o de entender o que Deus me está a querer dizer através daquela situação e o que é que quer que eu faça ali, num acompanhamento próximo, atual e contínuo. Creio que o grande desafio é ter o olhar de Jesus, ter um olhar mais largo sobre as famílias e sobre a sociedade, limpo de julgamentos e preconceitos, na certeza de que Ele está aí, em tudo isso, sempre”.
“Quando penso na minha vocação de consagrada secular penso na vontade de Deus em estar no meio dos homens para lhes mostrar o amor que tem por cada um e revelar a verdadeira alegria, aquela que não se esgota, nunca. É com essa vontade que eu me identifico e, por isso, se torna agora o meu caminho, o meu projeto de vida no meio do mundo”, disse. Inspirada e apaixonada pela vida de Monsenhor Brás, “um homem de Deus e da humanidade com visão, diria até inovador na forma de olhar a construção da sociedade a partir da família”, assegura que “a resposta a uma vocação de consagração pode coexistir com uma ‘vocação’ profissional pois é nesta tensão entre o humano e o divino, entre ação e contemplação, que o Evangelho se pode ler e entender hoje e Deus se torna presente”.
Escolheu para lema da sua Oblação Perpétua: «Olhai os lírios do campo» pois, “se por um lado é um convite de Jesus ao abandono e à confiança, por outro, é uma provocação a este estar no meio das pessoas e apontar para os sinais belos de Deus”. Como Cooperadora da Família espera “olhar e ajudar o mundo a olhar esses lírios e, sobretudo, ajudar as famílias a olharem e serem aquilo que são verdadeiramente: sonho e imagem da beleza de Deus”.