Chamo-me Natália Matos, tenho 41 anos e fui criada no seio de uma família profundamente devota. Sou natural da Póvoa de Lanhoso, diocese de Braga e estou no Instituto há 19 anos.
Apesar de já conhecer as Cooperadoras da Família, a minha história vocacional começa aos 16 anos, em 1997, quando fui passar férias escolares de verão na Casa de Santa Zita em Braga. Dois anos depois repeti a experiência e a partir daí, a convite das Cooperadoras, entrei para o movimento juvenil “Focos de Esperança”.
No entanto, a vida foi dando as suas voltas, as voltas que precisamos para encontrar o nosso lugar neste mundo. Em 2001 comecei a trabalhar num hotel e o mundo laboral afastou-me da Igreja. Desse tempo veio o vazio. Dei por mim a pensar que assim não podia ser, não fazia parte de mim tal afastamento. Decidi então sair desse emprego.
A presença mais assídua nos encontros de jovens veio preencher um pouco o vazio que até então se tinha instalado em mim. Aquele grupo começou a fazer parte daquilo que eu era e com ele o testemunho das Cooperadoras da Família que nos acompanhavam.
Entre as muitas atividades dos “Focos de Esperança”, uma marcou-me profundamente – o Encontro Nacional realizado em Fátima em 2002. Lembro, com muito carinho, o meu desabafo com outra jovem que estava comigo nas escadas do Santuário de Fátima, junto ao altar do recinto: “E se eu fosse como elas?”.
Regressei a casa desse encontro invadida por essas palavras e decidi entrar em contacto com a Cooperadora Manuela Caldeira que acompanhava as jovens que estavam a fazer o seu discernimento vocacional. No ano seguinte fui trabalhar para o Centro de Cooperação Familiar em Carcavelos, a cargo das Cooperadoras da Família.
Ao ler todos estes sinais na minha vida, entendia que Deus me queria ali, junto delas, onde quer que fosse. E após mais uns meses a amadurecer esta ‘ideia’ que tinha dentro de mim entrei para o Instituto em agosto de 2003.
Atualmente estou com os meus pais, trabalho num Lar de Idosos e sou catequista na minha paróquia. Estou muito feliz por poder partilhar com os idosos e com as crianças tudo aquilo que o Instituto me deu e continua a dar. Acredito que faço a diferença porque me sinto ‘diferente’, porque me sinto chamada por Deus a uma vocação especial e esta sociedade precisa cada vez mais de quem seja diferente daquilo que o mundo oferece. E deixo esta mensagem aos jovens. Atrevam-se a ser diferentes. Existe sempre a tendência de ir para onde os outros vão, mas esse nem sempre é o caminho que nos realiza como pessoas. Se não estás feliz é porque não estás no lugar onde Deus te quer. Que este ano que inicia seja o primeiro da tua ‘nova vida’!
Natália Matos