O Santuário de Nossa Senhora de Mellieħa é o Santuário mariano mais antigo de Malta, uma pequena ilha no meio do mar mediterrâneo, e está construído junto de uma gruta tradicionalmente associada ao despertar do cristianismo em Malta. Segundo a tradição, a caverna era originalmente um local de culto para a ninfa Calipso, mas tornou-se um local cristão após o naufrágio de São Paulo em Malta, no ano 60 d.C. A tradição diz que S. Paulo e S. Lucas teriam desembarcado em Malta, especificamente nas ilhas que têm o seu nome, as ilhas de São Paulo. Aqui, o discípulo de Cristo pregou a Boa Nova de Cristo ressuscitado aos primeiros habitantes de Malta que ficaram impressionados com as suas palavras e se converteram. O Apóstolo S. Paulo é muito venerado em Malta, mas os malteses também têm uma forte devoção pela Virgem Maria. Pensa-se que foi S. Lucas que falou da Virgem Maria aos primeiros malteses, e foi o próprio Evangelista Lucas que pintou a imagem de Maria na gruta onde se encontra o Santuário de Nossa Senhora de Mellieħa.
Uma bela história liga-me a esta ilha. Estive em Malta, mais precisamente em Mellieħa, como convidado das Irmãs do Sagrado Coração de Jesus que me acolheram e me acompanharam na descoberta desta bela ilha, que há séculos exala fé e oração. Visitei a capital Valletta, muito bonita e fascinante, assim como outras cidades, Mdina, definida como a cidade do silêncio, uma cidade fortificada dentro de outra cidade Rabat, e Mellieħa, uma pequena cidade no norte da ilha. Em Mellieħa e perto da casa geral das Irmãs, encontra-se o Santuário de Nossa Senhora de Mellieħa, o lugar sagrado mais antigo da ilha.
Sendo maio, o mês de Maria, gostaria de honrar este mês falando-vos da forte ligação do povo maltês à Virgem Mãe de Deus. A devoção mariana é muito vivida nesta terra; há muitos Santuários dedicados à Virgem Maria. Mas o de Mellieħa, que fica numa rocha sobre uma caverna, está ligado também ao povoamento dos cristãos e data do século XVI, embora as suas origens sejam mais antigas. O Pátio que conduz ao Santuário é um encanto, tem um grande espaço e, daqui, podemos beneficiar de uma bela vista panorâmica sobre o Mediterrâneo. Deste local, respira-se uma atmosfera de paz e é impressionante saber que à noite podemos ver o tráfico das cidades da costa siciliana. O acesso ao Santuário é feito, ou visto, através de um arco sob as loggias. O local começou como uma caverna natural que mais tarde foi ampliada, e partes do Santuário foram construídas em cimento, enquanto outras, foram esculpidas na rocha natural. A entrada principal leva-nos a uma sacristia que dá acesso a um túnel cheio de ofertas votivas e a uma cripta esculpida na rocha no século XVI. O túnel leva-nos à igreja propriamente dita, que tem paredes decoradas com mármore. O altar faz parte da caverna com belas colunas em mármore. Perto do Santuário encontra-se a cripta subterrânea da Madonna tal-Għar, uma capela do século XVII esculpida na rocha, mais uma vez, simbolizando a forte devoção mariana. Aqui, também há muitos pedidos de oração e agradecimento pelas graças recebidas. Ao longo dos anos, os Papas também visitaram o Santuário de Mellieħa. Em 1960, o Papa João XXIII enviou uma grande vela ao Santuário como forma de devoção, assim como S. Paulo VI em 1965. Além disso, o Santuário foi visitado por São João Paulo II em 1990, a 26 de maio.
Uma forte devoção nesta ilha liga os malteses à Mãe de Deus, e como expressão desta devoção organizam peregrinações todos os anos. É uma pequena ilha mas cheia de história e de fé, afinal de contas, viajar é uma forma de aprender sobre a história, é uma descoberta contínua. Mas viajar é também uma oportunidade, porque ao viajar encontramos novas pessoas, novas culturas, fazemos novas amizades, e aqui conheci as Irmãs do Sagrado Coração de Jesus e, graças a elas, conheci este magnífico Santuário, uma parte da ilha e a forte devoção que liga os malteses a S. Paulo, S. Lucas e de uma forma muito particular à Virgem Maria.
O próximo destino será…
Cristiano Cirillo
circri@libero.it
Artigo da edição de maio de 2023 do Jornal da Família