“Sou Cooperadora” com Glória Ferreira

44 anos de consagração, 32 dos quais ao serviço da Escola Profissional ASAS. A Cooperadora Glória Ferreira tem desenvolvido a sua missão e carisma junto dos jovens em contexto formativo para que trabalhem a bem da família e de uma sociedade cada vez mais humana.

Recebi o nome de Maria da Glória Gomes Ferreira no dia 6 de março de 1957, na pia batismal da Igreja Paroquial de Espinho (Diocese de Braga). Cresci numa família numerosa, onde era visível o carinho, a solidariedade e a partilha entre todos. Nas manhãs do frio inverno, a minha mãe dispensava-nos a sua mantinha para que fossemos bem agasalhados participar na Celebração diária da Eucaristia na Igreja Paroquial de Espinho, bem à sombra do Santuário e sobre a proteção da Senhora do Sameiro.

Recordo a minha infância como um tempo privilegiado para crescer na graça e no Amor a Deus e à Virgem Maria, a quem ainda hoje recorro com frequência, para pedir apoio e proteção na superação de alguns momentos difíceis.

Ainda na minha adolescência, comecei a trabalhar no Centro Apostólico, pertencente à Confraria da Senhora do Sameiro. Neste local, recebiam-se muitos grupos, principalmente grupos de reflexão, retiros espirituais e realizavam-se celebrações de acontecimentos significativos para muitas famílias e organismos. Entre os vários grupos, marcou-me o grupo de sócias da Obra de Santa Zita, que procuravam este local para rezar e refletir nos ensinamentos do Venerável Monsenhor Joaquim Alves Brás.

Durante os sete anos que permaneci neste local, senti o desejo de dedicar a minha vida a uma causa: partir em missão para os países de África e dedicar-me aos que de mim necessitassem.

Porém, no ano de 1979, fui desafiada pela Diretora da casa de Santa Zita de Braga a residir lá um tempo e refletir na vida e Obra do Padre Brás. Confesso que, ao refletir nas causas implícitas da criação desta obra, da motivação e empenho que este Homem de Deus fez, me apaixonei pelo seu Carisma – Dar a vida sem reservas ao serviço da família. O meu campo de missão estava definido e o meu país seria o local escolhido para bem desempenhar a missão.

Assim, em setembro de 1979 fiz a minha entrada no Instituto Secular das Cooperadoras da Família.

Ao longo destes 44 anos percorridos, estive em várias localidades do país, desenvolvendo as funções que me eram destinadas, sempre com o compromisso de estar a cumprir a missão na sua plenitude. Ter presente a vontade expressa de Monsenhor Brás, pensar a família, na sua dimensão humana e cristã, na sua inserção social e dever apostólico.

Em setembro de 1991 (há 32 anos) tive a graça e o privilégio de ser convidada a trabalhar na Escola Profissional Agentes de Serviço e Apoio Social (EP ASAS) para, junto dos jovens em contexto formativo, lecionar alguns módulos, com o objetivo de os formar para a sua inserção na vida ativa e no seu local de trabalho serem o prolongamento deste carisma – trabalhar a bem da família para que a sociedade seja cada vez mais humana.

Tenho consciência que ao longo destes anos acolhi cada um dos alunos como ser individual, único, com a sua história de vida, com os seus contextos familiares e com o maior respeito e dedicação os ajudei a superar os seus obstáculos.

 Ao fim destes anos continuo motivada e gostaria de lançar um desafio a todos os jovens. Nunca impeçam o Espírito Santo de dialogar convosco e se o chamamento for ir em missão não tenham receio ou medo, porque o seu dinamismo e a sua força estarão sempre presentes.

Glória Ferreira

Partilhar:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn
Relacionado

Outras Notícias

Meu ‘querido’ telemóvel

O arranque do ano letivo voltou a lançar a preocupação sobre o uso do telemóvel nas escolas. O Governo recomendou a sua proibição no 1.º e 2.º ciclos. Para Jorge Cotovio o telemóvel veio para ficar e o “essencial será os pais educarem os filhos para a utilização racional e equilibrada do telemóvel”.

Ler Mais >>

Aspetos Gerais da Saúde em Portugal

João M. Videira Amaral é médico-pediatra e professor catedrático jubilado da Faculdade de Ciências Médicas da Nova Medical School, da Universidade Nova de Lisboa. É o mais recente colaborador do Jornal da Família e ao longo das próximas edições vai escrever sobre alguns dos aspetos da Saúde em Portugal na rubrica intitulada “Crónicas da Saúde”.

Ler Mais >>

Loreto – A vida quotidiana da Sagrada Família

O Santuário da Santa Casa de Loreto, na região de Marche, em Itália, é o local onde, segundo a tradição, o Anjo anunciou a Maria a maternidade divina e onde viveu a Sagrada Família de Nazaré. A história é contada por Cristiano Cirillo em mais uma rubrica sobre a beleza da espiritualidade em viagem.

Ler Mais >>

Fé católica e saúde mental

Como pode a Igreja dar o seu contributo para a saúde mental. O tema é trazido a reflexão por Murillo Missaci no contexto da sinodalidade que aposta numa Igreja que caminha com todos.

Ler Mais >>

O elogia da leitura

Há vida para além dos ecrãs. Devem ser usados com “conta, peso e medida”, sobretudo pelas crianças onde o brincar e a leitura devem ter o seu espaço. A reflexão de Furtado Fernandes.

Ler Mais >>