Recebi o nome de Maria da Glória Gomes Ferreira no dia 6 de março de 1957, na pia batismal da Igreja Paroquial de Espinho (Diocese de Braga). Cresci numa família numerosa, onde era visível o carinho, a solidariedade e a partilha entre todos. Nas manhãs do frio inverno, a minha mãe dispensava-nos a sua mantinha para que fossemos bem agasalhados participar na Celebração diária da Eucaristia na Igreja Paroquial de Espinho, bem à sombra do Santuário e sobre a proteção da Senhora do Sameiro.
Recordo a minha infância como um tempo privilegiado para crescer na graça e no Amor a Deus e à Virgem Maria, a quem ainda hoje recorro com frequência, para pedir apoio e proteção na superação de alguns momentos difíceis.
Ainda na minha adolescência, comecei a trabalhar no Centro Apostólico, pertencente à Confraria da Senhora do Sameiro. Neste local, recebiam-se muitos grupos, principalmente grupos de reflexão, retiros espirituais e realizavam-se celebrações de acontecimentos significativos para muitas famílias e organismos. Entre os vários grupos, marcou-me o grupo de sócias da Obra de Santa Zita, que procuravam este local para rezar e refletir nos ensinamentos do Venerável Monsenhor Joaquim Alves Brás.
Durante os sete anos que permaneci neste local, senti o desejo de dedicar a minha vida a uma causa: partir em missão para os países de África e dedicar-me aos que de mim necessitassem.
Porém, no ano de 1979, fui desafiada pela Diretora da casa de Santa Zita de Braga a residir lá um tempo e refletir na vida e Obra do Padre Brás. Confesso que, ao refletir nas causas implícitas da criação desta obra, da motivação e empenho que este Homem de Deus fez, me apaixonei pelo seu Carisma – Dar a vida sem reservas ao serviço da família. O meu campo de missão estava definido e o meu país seria o local escolhido para bem desempenhar a missão.
Assim, em setembro de 1979 fiz a minha entrada no Instituto Secular das Cooperadoras da Família.
Ao longo destes 44 anos percorridos, estive em várias localidades do país, desenvolvendo as funções que me eram destinadas, sempre com o compromisso de estar a cumprir a missão na sua plenitude. Ter presente a vontade expressa de Monsenhor Brás, pensar a família, na sua dimensão humana e cristã, na sua inserção social e dever apostólico.
Em setembro de 1991 (há 32 anos) tive a graça e o privilégio de ser convidada a trabalhar na Escola Profissional Agentes de Serviço e Apoio Social (EP ASAS) para, junto dos jovens em contexto formativo, lecionar alguns módulos, com o objetivo de os formar para a sua inserção na vida ativa e no seu local de trabalho serem o prolongamento deste carisma – trabalhar a bem da família para que a sociedade seja cada vez mais humana.
Tenho consciência que ao longo destes anos acolhi cada um dos alunos como ser individual, único, com a sua história de vida, com os seus contextos familiares e com o maior respeito e dedicação os ajudei a superar os seus obstáculos.
Ao fim destes anos continuo motivada e gostaria de lançar um desafio a todos os jovens. Nunca impeçam o Espírito Santo de dialogar convosco e se o chamamento for ir em missão não tenham receio ou medo, porque o seu dinamismo e a sua força estarão sempre presentes.
Glória Ferreira