Chamo-me Conceição Pereira e pertenço ao Instituto Secular das Cooperadoras da Família desde 1990. Sou natural do concelho de Castro-Daire, na Diocese de Lamego. Nasci há 57 anos e sou a mais velha de dois irmãos. Filha de pais católicos que sempre transmitiram a fé aos seus filhos, não só através de palavras mas também, e principalmente, através do seu exemplo e testemunho.
Era uma criança muito sossegada e tranquila. Porém, com a chegada da adolescência, tornei-me um pouco rebelde. Assim que terminei o 1.º ciclo comecei a trabalhar no campo quer para os meus pais, quer para os seus vizinhos. Era uma jovem alegre e sempre em busca de novas aventuras.
Em 1987 fui trabalhar para a Obra de Santa Zita (OSZ), em Coimbra. Nesse local fui conhecendo a Obra e o Instituto, fui contactando com a presença cativante das Cooperadoras, com a sua alegria e com a sua maravilhosa capacidade de acolhimento.
Um ano depois, participei em alguns encontros de jovens e retiros: nos Focos de Esperança e nos Jovens da Comunidade Emanuel. Quanto mais me aventurava nesta nova fase, mais a vivência do ser cristã se tornava forte e presente em mim.
No mês de maio de 1990 participei num retiro vocacional de jovens sobre a “Vocação de Nossa Senhora”, orientado pelo Mons. Quinteiro, que me marcou profundamente. Depois de dois meses de amadurecimento tive a certeza que o Senhor me chamava a ser como aquelas Cooperadoras. Em setembro do mesmo ano dei entrada no Instituto Secular das Cooperadoras da Família. Foi há 33 anos.
Depois de passar por várias localidades e desempenhar várias funções na OSZ e Instituto, estou há 13 anos, em Fátima, a trabalhar com os idosos no Centro de Cooperação Familiar – Lar Betânia. Sinto-me feliz por partilhar com os idosos e suas famílias o carisma do Instituto, o Cuidado da Santificação da família.
Os idosos, pelo seu “saber de experiência”, constituem a “pedra angular” no desenvolvimento da Sociedade. As suas vidas repletas de histórias, peripécias, alegrias e desilusões permanecem arquivadas no mais fundo da sua memória. Acredito que dou o que tenho e sou feliz assim. Sinto uma maior consciência de que o desafio à doação e à entrega foi algo que se foi construindo nos pilares da família, da oração, do compromisso cristão e da partilha de vida. Este chamamento continua bem presente. Se tivesse que resumir a minha história vocacional numa única palavra seria certamente: Felicidade.
Não poderia terminar de outra maneira que não fosse deixando uma mensagem de esperança aos jovens. Que cada um aceite, com liberdade, o chamamento que Deus lhe faz, seja qual for o caminho. Não tenham medo, arrisquem ser diferentes.
O caminho é longo, mas quanto mais se avança, maior é alegria de viver.
Conceição Pereira
Foto:
Conceição Pereira com utentes do Lar Betânia, em Fátima