Foi uma ‘mini’ Jornada Mundial da Juventude (JMJ) à escala de um movimento juvenil que se prepara para viver um acontecimento histórico: a participação num encontro mundial do Papa com os jovens.
A Juventude Blasiana/movimento juvenil Focos de Esperança, que bebe no carisma das Cooperadoras da Família, realizou este fim de semana (1 e 2 de julho), em Fátima, o Encontro Anual, este ano com a particularidade de anteceder a JMJ Lisboa 2023 e ser o momento de preparação para este evento, que decorrerá em Lisboa de 1 a 6 de agosto.
Sob o lema ‘Levanta-te! Há pressa no ar’, ao longo de dois dias, cerca de 50 jovens e respetivos coordenadores de grupo viveram momentos que irão pautar a JMJ tais como a peregrinação, o festival, a catequese ou a vigília.
“Tentámos que estes dois dias fossem uma ‘mini’ Jornada para que os jovens tivessem noção do que vão encontrar”, afirma Elisabete Puga, responsável pela Pastoral Vocacional do Instituto Secular das Cooperadoras da Família (ISCF).
Muitos dos jovens que estiveram presentes têm feito uma caminhada no grupo Focos mas outros são jovens que se “aliaram” ao grupo para a inscrição na JMJ. Muitos têm pouca vivência de Igreja e este Encontro serviu para lhes “mostrar” a Jornada e a sua magnitude. “Alguns não tinham noção que um encontro destes envolvia milhões de jovens e que recebia jovens de todo o mundo”, explica Elisabete Puga.
Momentos JMJ
O Encontro começou com uma caminhada/peregrinação de 5 km que partiu do Santuário de Nossa Senhora da Ortiga em direção a Fátima. Divididos por equipas, identificadas pelo nome de alguns patronos da JMJ, o objetivo foi desenvolver dinâmicas que motivassem os jovens e fossem, ao mesmo tempo, lúdicas e formativas.
“Aliar o lado lúdico com a formação/aprendizagem faz com que eles retenham muito mais os conhecimentos”, explica José Fidalgo que, juntamente com a esposa, Fernanda Azuaje-Fidalgo, coordena o grupo Focos de Esperança de Aveiro e foram os responsáveis por várias dinâmicas do Encontro Nacional.
O Festival da Juventude apresentou cada uma das Jornadas com imagens marcantes em cada uma das cidades onde já decorreram, ao som dos respetivos hinos, tão emblemáticos nestes eventos.
À semelhança da JMJ, também este Encontro refletiu uma das catequeses propostas para a JMJ: a”Fraternidade Social”. Juntamente com o tema “Ecologia Integral” e “Misericórdia” constituem as três catequeses a refletir na JMJ Lisboa 2023.
A noite trouxe uma vigília junto à capela do Lar Betânia, em Fátima. Momentos de reflexão e interiorização num ambiente de recolhimento que culminou com o momento de Adoração do Santíssimo, no interior da capela, e com o Sacramento da Reconciliação para quem assim o desejou.
A manhã do segundo dia começou com a participação eucarística na Basílica da Santíssima Trindade e o restante tempo da manhã foi dedicado à divulgação do grupo Focos.
José e Fernanda preparam o “Foco Certo”. Um concurso à imagem do popular “Preço Certo” onde as questões estavam relacionadas com os Focos de Esperança. E nem um animado José, na pele do “Fernando Mendes” faltou a este concurso, bem como a tão desejada montra final.
Já na reta final do Encontro, os jovens ficaram a saber tudo o que têm de levar para Lisboa, desde os objetos pessoais ao espírito da Jornada e aos principais momentos que serão vividos com o Papa Francisco.
“Tentámos mostrar-lhe a beleza que é um encontro destes mas também fazê-los tomar consciência dos momentos difíceis. Haverá noites mal dormidas, cansaço e eles têm de ir preparados para isso”, refere Elisabete Puga.
Balanço
No final, o balanço foi francamente positivo. Para Chasia Agostinho Tomo, Moçambicana e há 8 meses na Covilhã, a frequentar o curso de Medicina, foi “um encontro incrível” que lhe proporcionou conhecer o Santuário de Fátima e ter noção da “grandeza da Jornada Mundial da juventude”. Irá também participar na JMJ Lisboa 2023 como voluntária, ao serviço dos jovens de todo o mundo.
Cecília Cardoso, 20 anos, brasileira e a viver em Aveiro há cerca de 3 anos, a frequentar o curso de Engenharia do Ambiente, afirma que este encontro “foi muito enriquecedor” porque lhe permitiu “conhecer a história da JMJ e ter momentos de oração”. Será a sua primeira Jornada e parte também como voluntária.
Inês Casanova, de Aveiro, afirma que este Encontro foi “uma experiência de vida” que nunca vai esquecer.
Na reta final do Encontro, pegando no símbolo da mochila, imagem de marca da JMJ, todos os jovens foram convidados a escrever numa grande mochila desenhada numa cartolina, o que retiveram deste encontro e aquilo que correu menos bem. Foram também convidados a escrever uma colorida palavra/atitude capaz de construir um mundo melhor.
O Encontro terminou com o momento de envio em que foi entregue a cada jovem uma pequena caixa de lápis de cor onde estava escrito um pedido: ”Pinta o mundo com as cores de Deus”.
Motivados para partir
A um mês da Jornada foi uma forma de os jovens se conhecerem e interagirem entre eles. “Sentimos que eles estão muito integrados, alguns já querem fazer parte dos Focos e sentimos que estão melhor preparados para passarem uma semana juntos em Lisboa”, refere Elisabete Puga.
“Levantar… já se levantaram e estão motivados para partir apressadamente”, afirma a responsável da Pastoral Vocacional do ISCF, que traz a experiência de já ter participado em duas Jornadas: a de Madrid, em 2011, e a do Rio de Janeiro, em 2013.
Fernanda Azuaje-Fidalgo traz a experiência da Polónia, embora considere que irá estar numa posição diferente. “Na Polónia fui como jovem, onde havia pessoas a ‘tomar conta de mim’, agora sou eu que vou tomar conta de várias pessoas”, conta a responsável pelo grupo Focos de Aveiro. Afirma que estará em Lisboa para viver a Jornada “mas também para tentar que estes jovens possam experienciar a Jornada e que cada um consiga encontrar Cristo durante esses dias”, conclui.
Um esforço de todos
Ao todo, serão 64 pessoas que o grupo Juventude Blasiana/Focos de Esperança levará à JMJ Lisboa 2023. São 55 jovens inscritos e 9 voluntários. Ficarão alojados numa das casas da Obra de Santa Zita, em Lisboa.
“Tem havido também toda esta bonita dinâmica de envolvimento do ISCF que cede as instalações e dará o pequeno-almoço a estes jovens”, conta Elisabete Puga.
Há Cooperadoras de outros pontos do país que já se disponibilizam para vir para Lisboa durante a semana da Jornada e até há uma mãe de Viseu que também se disponibilizou para vir ajudar nos pequenos-almoços, na limpeza, no fundo estar aos serviço destes jovens e da JMJ.
“É muito bonito estar toda a gente envolvida, as famílias, as Cooperadoras… todos participam desta forma aos serviço dos jovens e da JMJ. Tem-se gerado uma corrente muito bonita”, concluiu Elisabete Puga
IM