Cada lugar sagrado é custódio de um património artístico e espiritual único. Na minha viagem de regresso da Holanda, parei numa cidade do norte da Alemanha, Aachen. Uma cidade internacional e moderna que conserva no seu centro histórico o primeiro sítio alemão declarado Património Mundial da Humanidade, em 1987, a Catedral. Este templo é conhecido em particular para albergar o túmulo de Carlos Magno e, para além de ser um importante destino de peregrinação, é também uma memória histórica, pois aqui foram coroados 30 reis germânicos.
A Catedral Imperial de Santa Maria de Aachen – “Aachener Dom” em alemão – é o principal local de culto católico da Alemanha e a mais antiga Catedral do Norte da Europa. O interior é uma mistura de estilos arquitetónicos que reflete as alterações que sofreu ao longo dos séculos. A sua importância e monumentalidade reside nos elementos clássicos, bizantinos e franco-germânicos que coexistem harmoniosamente no edifício, conferindo-lhe uma atmosfera marcante e decididamente única. Na realidade, trata-se de um conjunto de estruturas que foram progressivamente modificadas ao longo do tempo. Carlos Magno iniciou a construção da catedral em 786 d.C. A parte mais bonita é a Capela Palatina, um esplêndido exemplo da arquitetura carolíngia, de forma octogonal, com 31 metros de altura e 16 metros de largura, encimada por uma cúpula que, durante vários séculos, foi a maior da Alemanha e não só. O teto é composto por numerosos mosaicos dourados, com arcos pretos e brancos nas laterais, que dão acesso e transportam o olhar para as janelas com vitrais e galerias dos pisos superiores, também feitas de arcos. Por cima da cabeça, encontra-se um sumptuoso lustre em forma de coroa carolíngia oferecida por Frederico Barbarossa. Um conjunto de tesouros. No altar, um retábulo de ouro e, por detrás dele, duas belas urnas de ouro fino com os restos mortais de Carlos Magno, que não foi coroado aqui, mas em Roma, na noite de Natal do século XIX, pelo Papa Leão III, e escolheu esta catedral como seu mausoléu. É um lugar que me encantou pela sua arquitetura e não só. Quando entrei fiquei estupefacto pelo estilo, foi como fazer uma viagem pela história e senti-me maravilhado com tanta beleza. Uma “via pulchritudinis”, como dizia o Papa Bento XVI, um caminho de beleza que conduz a Deus, especialmente quando são obras que nascem da fé e expressam a força da fé.
Outono é a estação em que as folhas se vestem com as suas cores mais bonitas, vou descobrir um santuário num lago… e vou para lá de barco a remos… já adivinharam onde? Fiquem atentos, na próxima edição vamos descobrir juntos qual será o destino…
Cristiano Cirillo
circri@libero.it
Artigo da edição de outubro de 2023 do Jornal da Família