Para muitos é o começo de uma nova caminhada, aprender a ler e a escrever, conhecer novos amigos, novas realidades e novos projetos. Para outros é um reencontro com os amigos, com os professores e com as rotinas de aprendizagem, aquelas que, mais tarde, lhes irão proporcionar uma escolha consciente na atividade profissional a seguir. Para todos haverá alguma alteração nas rotinas e nas preocupações. Redesenhar o quotidiano, conciliando horários e atividades, requer tempo, paciência e bom senso. Também é uma época de grande aproximação e interligação familiar, pois todos são importantes na tarefa de educar. Cada um, de acordo com as caraterísticas que lhe são inerentes, tem o seu lugar e valor nesta caminhada. A família é a primeira escola! A Educação não se pode rever nem projetar apenas na aquisição de conhecimentos científicos, deve ter em conta a formação humana como um todo, onde as atitudes e valores, treinadas e adquiridas em casa, representam um papel muito importante.
Todos os anos são anos diferentes, claro! Todos os anos existem realidades novas e melhoramentos a projetar. Crescer saudavelmente é o grande objetivo. Família e Escola são a parceria ideal para um crescimento robusto dos jovens, enquanto seres humanos, construtores e responsáveis por uma sociedade vindoura melhor, onde todos se sintam acolhidos e felizes. Para muitos, poderá ser uma utopia, mas temos que projetar este sonho neles e incutir-lhes a necessidade de um bem-estar mundial.
Neste regresso à Escola seria bom que os Pais e Encarregados de Educação não esquecessem alguns conselhos importantes, já abordados em artigos anteriores, e que continuam a estar atualizados, como por exemplo: o peso das mochilas, a importância da alimentação e do sono, as companhias, o acompanhamento do estudo e com toda a certeza o uso do telemóvel. Quanto a este, começam a ser relatados com mais persistência, factos que comprovam quão importante é saber usá-lo comedidamente. Uma utilização em demasia não só afeta a parte cognitiva, como também a parte emocional e comportamental. Leva muitas vezes à indisciplina e falta de motivação pelo estudo, ao mesmo tempo que permite tomar conhecimento de conteúdos inapropriados e mesmo estabelecer ligação com desconhecidos. Levar para a escola o telemóvel tem vindo a ser, até mesmo internacionalmente, motivo de reflexão por parte das escolas. Como forma de estar mais perto da família, caso seja necessário obter alguma informação, é aceitável. Usar constantemente nos intervalos das aulas (recreios) e dentro das salas de aulas, em disciplinas que não necessitam do seu uso, altera por completo o ambiente de estudo, provocando uma agitação inexplicável, um isolamento que não se pretende, desmotivação, criação de grupos específicos, e por vezes atitudes de indisciplina.
O seu uso e utilização depende do regulamento de cada escola. Algumas escolas já proibiram, outras não. Aguardemos, então, o procedimento de cada uma, face às mais recentes informações. Em casa, os pais podem perfeitamente abordar este tema e refletir sobre os seus efeitos a nível escolar e não só. Nem imaginam o contributo que dão para uma Escola melhor. Quando em casa alguns temas mais controversos e difíceis de aceitar já são abordados em família, é mais fácil a implementação de regras na escola. Este é um deles. Uma simbiose perfeita entre família e escola vale muito mais que mil palavras, mil palestras, mil reflexões. É um exemplo.
Aos Pais e Encarregados de Educação entendo por bem lembrar que devem continuar a ir à escola saber dos vossos filhos, devem tentar estar presentes nas reuniões convocadas pelo diretor de turma, precisam de colaborar nas atividades alargadas à família, e sobretudo não devem deixar de colocar as vossas preocupações aos professores e acompanhar o estudo. Pequenos gestos com grandes resultados. Esta comunhão é imprescindível para o bem de todos.
Bom Ano Escolar e Boa Cooperação.
Goretti Valente
Artigo da edição de outubro de 2023 do Jornal da Família
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