Coimbra, a meio caminho entre o norte e o sul do país, foi o ponto de encontro para o (Re-)Encontro de alguns dos jovens da Juventude Blasiana Focos de Esperança que participaram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023. O objetivo foi dar continuidade ao espírito vivido de 1 a 6 de agosto, por ocasião da JMJ Lisboa 2023 que reuniu cerca de um milhão e meio de jovens.
Na dinâmica de acolhimento, cada jovem era convidado a apresentar-se, a escolher um objeto que gostasse de ser e a escolher um lema de vida. Uma forma de “quebrar o gelo” para criar empatia entre jovens vindos de diferentes locais e que acabam por se juntar apenas nos grandes encontros nacionais.
Numa pequena representação teatral, três jovens construíram uma tenda em palco e à medida que a iam construindo iam recordando as vivências da JMJ e as palavras do Papa Francisco. Um guião escrito por Elisabete Puga, responsável pela pastoral juvenil e vocacional do Instituto Secular das Cooperadoras da Família (ISCF), que quis “desafiar os jovens a interiorizar as palavras do Papa mas também levá-los a tomarem consciência que no pós-JMJ há que ‘permanecer com o Senhor’ e ‘regressar ao mundo real’ para ser testemunha dessas vivências”. E como ‘regressar’? “Desmontando a tenda (s), ou seja, cada um dos jovens é convidado a retirar da sua vida tudo o que não precisa para regressar ao real e testemunhar a luz que recebeu no ‘monte’ que foi a JMJ, tal como os discípulos testemunharam a transfiguração de Jesus”, explicou Elisabete Puga.
No final da representação, foi entregue a cada jovem uma pequena tenda e um pequeno texto com estas duas interpelações: “O que me faz permanecer com o Senhor? Que tenda(s) tenho de “desmontar para regressar ao mundo”? Depois de uma breve reflexão em grupo, os jovens foram convidados a partilhar o que os faz “permanecer com o Senhor” e o que têm de deixar de lado nas suas vidas para serem “testemunhas” das vivências JMJ.
Da parte da tarde, um pequeno vídeo “recordava” a vivência do grupo Focos de Esperança na JMJ com as mensagens chave que o Papa Francisco deixou aos jovens. Inspirados pelas imagens que os remeteram para os intensos dias de agosto, no final, os jovens foram convidados a partilhar o que “lhes ia na alma”. Depressa se ouviram vozes a dizer: “foi muito forte o que vivemos na JMJ, não há palavras”. Outros arranjaram coragem e levantaram-se e contaram situações que os impressionaram no meio de muita alegria e momentos de muito cansaço. “Estávamos a comer, sentados no chão, muita gente à volta e, de repete, vejo a Chasia a ler a bíblia no meio daquela confusão toda”, partilhou Fernanda Azuaje-Fidalgo, responsável pelo grupo Focos de Esperança de Aveiro. Com uma perspetiva diferente, de quem viveu a JMJ fora de Lisboa, a Cooperadora da Família Laurinda do Espírito Santo, partilhou a experiência dos “Dias nas Dioceses”. “Na nossa casa de Viseu, recebemos 10 jovens espanholas e foi uma experiência muito enriquecedora”, contou.
A parte da tarde trazia a grande surpresa. O encontro Focos de Esperança contou com a participação do pe. João Paulo Vaz. O autor da letra do hino da JMJ Lisboa 2023, “Há pressa no ar”, esteve no encontro da Juventude Blasiana para um concerto intimista, em jeito de oração, embalado pelas vivências JMJ. Ainda antes de iniciar o concerto, o pe. João Paulo considerava “marcante” a experiência vivida na Jornada. Falava com conhecimento de causa uma vez que já participou em sete edições. Depois vieram as músicas intercaladas com pequenas explicações das letras e do impacto que podem ter na vida de cada um. Momentos para ajudar os jovens a refletir sobre os seus caminhos, sobre as suas opções de vida, sobre a sua forma de ser e estar consigo mesmo e com os outros.
O pe. João Paulo Vaz, presidiu depois à celebração eucarística que congregou todos os jovens.
Para Elisabete Puga este foi um “encontro para não deixar esmorecer o espírito da JMJ e incentivar os jovens a colocar esse espírito ao serviço do outro, a partilhá-lo, a serem testemunhas”. Estiveram presentes jovens que participaram na Jornada e outros que não participaram, outros ainda nem se quer fazem parte do grupo Focos de Esperança e vão apenas participando em uma ou outra iniciativa deste movimento juvenil, por isso “é importante esta partilha”, explica Elisabete Puga.
No final da tarde, cada um dos jovens recebeu um folheto sobre o significado de ser “jovem Foco de Esperança”. Um convite para que cada um dos presentes seja um “foco de luz” na sua casa, na sua aldeia, na sua escola, no seu trabalho, no mundo, no fundo, onde quer que se encontre. E que cada um seja também um ‘agente’ congregador de outros jovens para que este movimento juvenil possa chegar a outros locais e ser “foco de esperança” na vida de outros jovens.
IM
Artigo da edição de novembro de 2023 do Jornal da Família