No coração da Cidade Eterna, entre edifícios históricos e pedras cheias de história, ergue-se a Igreja Nacional Portuguesa dedicada a Santo António.
Tenho uma ligação especial com este lugar e com as pessoas que aqui vivem, das quais guardo memórias indeléveis no fundo do meu coração. É difícil falar de algo que nos é caro, porque cada palavra parece não dar o justo valor ao que sentimos. Já a entrada da Igreja é para mim uma recordação indelével, enche a alma logo pela manhã, quando a cidade começa a despertar, ou mesmo ao pôr do sol, sobretudo no verão, quando ao sair da Igreja se é tocado por um ténue raio de sol. A fachada barroca é já um prelúdio da beleza que encontraremos no interior.
A igreja foi fundada em 1445 pelo Cardeal António Martínez de Chaves, no local onde existia um hospício para peregrinos portugueses, fundado por D. Guiomar em 1363. Ao entrar, ficamos maravilhados com a ampla nave em que o olhar se perde nas decorações em talha dourada, na policromia dos vários mármores e na beleza das obras pintadas, convergindo no final para a obra de Giacinto Caladrucci no altar-mor dedicado à Virgem que apresenta o Menino a Santo António. Obras de pintores romanos, de Giovanni Odazzi a Cerruti, de Salvatore Nobili a Moroni, homenageiam os santos e beatos reais portugueses. Um elemento caraterístico desta igreja, é o grande órgão no átrio, realizado pela família Mascioni em 2008, cuja música eleva a alma a Deus.
No dia 10 de março, nesta igreja, envolvidos pela música e pelos maravilhosos mármores, foram celebradas as Virtudes Heroicas do Venerável Padre Joaquim Alves Brás, pelo 16º aniversário. O Postulador da Causa de Canonização, Mons. Fernando Silva de Matos prestou homenagem à vida deste Homem, nascido em Casegas, no distrito da Covilhã, em 1899, numa família pobre e humilde. Tinha uma saúde frágil e estava quase destinado a uma vida pobre e triste, sem sucesso, mas apesar das suas fragilidades físicas, a força interior e a nutrida fé recebida em família, fizeram da história deste homem uma das mais belas biografias do século XX. Dotado de uma grande força interior, o desejo constante do Venerável Pe. Brás era identificar-se com Cristo, através da prática das virtudes e do serviço aos irmãos mais desfavorecidos, sobretudo na dramática situação económica e moral em que se encontravam muitas trabalhadoras domésticas naquela época, dos anos trinta.
Defensor das famílias, Mons. Brás sempre esteve atento à condição social das famílias, especialmente as mais pobres e desfavorecidas. A família é um porto seguro, onde encontramos refúgio, e quem cuida dela, como dizia Mons. Joaquim Alves Brás: ao salvar a vida de um, salva a vida de todos.
Atenção leitores do Jornal, na próxima edição, estaremos em plena primavera e iremos até…
Fotos e texto: Cristiano Cirillo
circri@libero.it
Artigo da edição de abril de 2024 do Jornal da Família