As eleições para o Parlamento Europeu aproximam-se, e o novo Parlamento, composto por representantes de todos os Estados-membros, enfrentará grandes desafios e oportunidades para moldar uma Europa mais segura, sustentável e participativa. Por isso, é crucial considerar também os valores cristãos como parte fundamental do projeto europeu. Neste artigo, gostaria de explorar a importância desses valores e como eles podem moldar o futuro da Europa.
O Papa já afirmou que “os valores cristãos são o fundamento da identidade europeia”. De facto, o Cristianismo contribuiu para a compreensão europeia de liberdade, responsabilidade e ética, que permeiam as suas leis e estruturas sociais. Esses valores não devem ser negligenciados na política da UE. A Europa enfrenta crises económicas, migratórias, sanitárias e energéticas, além de conflitos devastadores. Esses desafios questionam os valores europeus, as suas instituições e os princípios democráticos. Infelizmente, os valores cristãos têm sido marginalizados em muitos contextos.
A democracia participativa é vital, mas muitos que se identificam com os valores cristãos sentem-se excluídos. Eles não conseguem expressar as suas posições de forma autónoma e distintiva. Além disso, não nos esqueçamos que referências aos valores cristãos nos textos da UE foram omitidas, ignorando a tradição cristã como uma importante fonte dos valores europeus.
Diante dessa realidade, instemos as instituições e partidos políticos a considerarem os valores cristãos partilhados por muitos cidadãos europeus. Esses valores podem garantir uma abordagem segura às mudanças e desafios que estamos a enfrentar. Votar em partidos antieuropeus e populistas, que podem ameaçar a democracia, não é coerente com essa visão.
É igualmente essencial que o Parlamento Europeu se empenhe mais na transição energética sustentável e na proteção ambiental, assim como na correta gestão dos fluxos migratórios, na condenação do uso da violência, e no estímulo à participação e engajamento de toda a população europeia, em especial a dos jovens. Em resumo, a Europa deve, sem dúvida, abraçar os seus valores cristãos como parte essencial da sua identidade para poder construir um futuro mais sólido, humano e inclusivo.
Murillo Missaci
missacimb@gmail.com
Artigo da edição de junho de 2024 do Jornal da Família