Foi a 11 de julho de 1987 que o contador mundial de população chegou aos cinco bilhões de pessoas, inspirando a ONU a criar este dia em 1989 e a comemorar anualmente esta efeméride. O objetivo é alertar para o planeamento e o desenvolvimento populacional e encontrar soluções para questões como acesso a cuidados de saúde e escassez de alimentos.
Assim como a população em geral, o número de católicos no mundo continua a aumentar. Em 2022, atingiu a marca de 1,390 mil milhões, representando um aumento relativo de 1,0% em relação ao ano anterior. Esse crescimento varia por continente: enquanto a África registra um aumento significativo de 3%, com o número de católicos subindo para 273 milhões, a Europa permanece estável, com 286 milhões de católicos. Situações intermediárias são as registradas na América e na Ásia, onde o crescimento de católicos é significativo (+0,9% e +0,6%, respetivamente), mas totalmente alinhado com o desenvolvimento demográfico desses dois continentes.
A Europa, especificamente, enfrenta o desafio do “inverno populacional”, caracterizado pela diminuição da taxa de natalidade e pelo envelhecimento da população. Isso ocorre devido a fatores como menor fertilidade, aumento da expetativa de vida e migração. Mas como é que a Igreja pode contribuir para evitar esse processo? Pois bem, ela pode defender e promover a importância da família como base da sociedade ao incentivar políticas fundamentais que apoiem a maternidade, a paternidade e a estabilidade familiar, além de advogar por políticas que facilitem a conciliação entre trabalho e família e fornecer instrução e apoio para as novas famílias.
E nos países menos desenvolvidos, qual é o papel da Igreja? Ela é uma das maiores promotoras de educação para crianças e jovens, atua em hospitais, clínicas e programas de saúde comunitária que oferecem cuidados médicos e fornece assistência social e bens essenciais aos mais desfavorecidos e vulneráveis, de modo que todos possam prosperar e viver dignamente, prestando sempre muita atenção à preservação do meio ambiente e ao desenvolvimento económico sustentável. Ademais, a Igreja tem sido uma voz ativa na promoção da paz, da justiça e da reconciliação nas regiões afetadas por conflitos, buscando garantir a estabilidade e a segurança dos seus habitantes.
A Igreja Católica tem, portanto, um papel crucial na promoção da vida, da família e da solidariedade. Ao enfrentar os desafios demográficos na Europa e em todo o mundo, ela pode contribuir para um futuro mais justo e sustentável, e para um crescimento populacional mais equilibrado, seguro e sadio.
Murillo Missaci
missacimb@gmail.com
Artigo da edição de julho de 2024 do Jornal da Família