Itália

O Vicariato de Roma deu autorização e, no dia 26 de outubro de 1970, abria-se a primeira casa do Instituto Secular das Cooperadoras da Família (ISCF), em Roma, na Via Nicolo Ill, nº 4, 4.° andar, procedendo-se  à bênção do  apartamento, então, alugado. Foi também feita a entronização da imagem da Sagrada Família, com todos os presentes, seguida da consagração, à mesma.

«Graças a Deus que já temos em Roma uma Casa» – exclamou, entusiasmada, uma criada portuguesa, numa reunião de serviçais efetuada nesse mesmo dia em Roma. E prosseguiu: «Quando tivermos dificuldades, viremos à nossa casa e aqui as resolveremos. Obrigada ao Instituto das Cooperadoras da Família.»

No ato inaugural, estiveram presentes a Diretora Geral, Maria Natália da Costa Albuquerque e o Assistente Geral, Pe. António Craveiro Viegas.

Com o andar do tempo e o crescendo número de emigrantes portugueses e cabo-verdianos, que foram frequentando a casa, foi-se percebendo que um 4.° andar não oferecia grandes condições para acolher todas essas pessoas que, em modo crescendo, ali afluíam. Preocupado com um espaço tão exíguo para fazer face à missão, o Instituto das Cooperadoras da Família comprou um apartamento na Via Germânico, 107, que foi inaugurado no dia 24 de setembro de 1972, com a presença do Sr. Cardeal Maximiliano de Fürstenberg, que fez a homilia de circunstância, do Sr. Cónego Dr. Agostinho de Almeida Alves e da Sr.ª Diretora Geral, D. Maria Natália da Costa Albuquerque.

Nas décadas seguintes, 80 e 90, as Cooperadoras, que passavam por Roma, ora para trabalhar, ora para estudar, entre o serviço a alguns Cardeais e o estudo, dedicavam grande parte da sua atividade pastoral e apostólica à emigração portuguesa e cabo-verdiana.

As Cooperadoras, tiveram parte ativa na ‘implementação’ de uma escola portuguesa, em Roma, que permitiu, a um número elevado de Portugueses, mas também Cabo-verdianos, elevar o seu nível de escolaridade. Preparava os alunos emigrantes para virem a Portugal fazer os exames. Anos mais tarde, o estado português oficializou esta mesma escola, concedendo-lhe autonomia pedagógica. Uma quantidade significativa destes alunos prosseguiram estudos na universidade com licenciatura, mestrado e, até, doutoramento.

Foram anos de muito apoio e dedicação para com os emigrantes, cuidando da sua formação, aos vários níveis, nomeadamente da sua legalização e inserção laboral naquele país, muito concretamente na cidade de Roma, ainda antes de 1974 e antes da entrada de Portugal na Comunidade Europeia. Aquelas casas do ISCF foram a “pátria-mãe” de muitos emigrantes que ali recebiam apoio material, espiritual, funcional e emocional. Entretanto, outras instituições, cuja missão específica era o trabalho à emigração, aos vários níveis, foram surgindo e fizeram crescer a oferta, apoio.

Confrontado com o aumento da emigração e preocupado em criar condições para que estas pessoas se pudessem empregar, valorizar, reunir e conviver e, com espaços tão exíguos, o ISCF deixou a via Germânico e comprou uma casa, na Via Martino V, 38, conseguindo um espaço mais generoso e independente, onde os emigrantes pudessem estar com maior descontração. Esta mantém-se, ainda, como sua residência atual.

O Instituto Português, em Roma, colaborou imenso neste trabalho, cedendo espaços para atividades e congregando os emigrantes de língua portuguesa na Igreja de Santo António dos Portugueses, aos domingos e quintas feiras, dia da sua folga.

A melhoria das condições sociais, culturais e económicas, em Portugal, levou a uma drástica redução da emigração, e como consequência, a necessidade de apoio por parte do ISCF à emigração, foi-se reduzindo, gradualmente, nas décadas seguintes. Entretanto, Portugal entrou a fazer parte da Comunidade Europeia em 1986 e as diferenças de nível de vida também se esbateram, sendo que hoje, trata-se de um apoio muito residual. 

Atualmente, em Roma, residem duas Cooperadoras. Uma continua a apoiar as Famílias ali emigradas e outras; outra trabalha na Secretaria de Estado do Vaticano, na seção portuguesa. Ambas colaboram, a tempo parcial, na Igreja de Santo António dos Portugueses, cuidando do seu adorno e segurança e acolhendo quem por ali vai passando, nomeadamente os turistas portugueses.