Desafios da Pastoral Familiar: olhar a realidade concreta e cuidar

Olhar a realidade concreta e cuidar são os grandes desafios apontados por Claudia Leal Luna para a Pastoral Familiar. A docente do Pontifício Instituto João Paulo II para as Ciências do Matrimónio e da Família passou por Portugal para participar no congresso “Atravessados pelo Amor e Pela Esperança – Cuidar as famílias com(o) o Pe. Brás”.

Claudia Leal Luna não consegue prever o futuro, mas acredita que se pode preparar “observando a vida concreta das pessoas que formam a família”. Este será o primeiro desafio para a Pastoral Familiar, olhar a família na sua realidade concreta. Em entrevista ao Jornal da Família,  a docente do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimónio e da Família (Roma), que veio a Portugal participar no congresso “Atravessados pelo Amor e Pela Esperança – Cuidar as famílias com(o) o Pe. Brás”, promovido pelo Instituto Secular das Cooperadoras da Família, defende que “não se pode só falar da família em geral mas temos que ir a um nível mais profundo e olhar para os avós, as mães, os pais, os filhos e novas realidades, como os pais divorciados, como as famílias reconstituídas, como muitas pessoas que talvez não puderam casar ou não puderam ter filhos, mas que precisam pertencer a uma família e que de fato pertencem a uma família”.

Depois de olhar, há que cuidar. E aí nasce o segundo desafio. “Todos nos podemos comprometer com o cuidado da vida”, refere.  A vida só existe porque há pessoas que cuidam umas das outras. E cuidar não é só quando estamos doentes. “Temos de ser mais refinados na nossa compreensão do cuidado. Cuidar consiste em dar de comer, consiste em limpar, consiste em oferecer o tempo para acompanhar, para escutar”, afirma Claudia Luna.

E estará a Igreja a olhar a realidade concreta das famílias e a cuidar delas? Claudia acredita que sim. “Acredito que em muitos lugares do mundo as comunidades locais se dão conta de como o acompanhamento não é uma coisa vertical. O acompanhamento é horizontal”, refere.  Nesse acompanhamento “cabe uma rede de pessoas, de famílias, de organizações, de congregações que são capazes de se colocar em ação quando surgem imprevistos”, acrescenta. Claudia Luna recorda grandes imprevistos como guerras, pandemias, mas também pequenos imprevistos do dia a dia como doenças, acidentes, perda do trabalho, ou o nascimento de um filho.  “São situações que precisam que todos nos coloquemos em ação e ofereçamos o que somos: o nosso tempo, o nosso talento, o nosso dinheiro para cuidar da vida”, concluiu.

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