Fundado em 1933 pelo Pe. Joaquim Alves Brás, o Instituto Secular das Cooperadoras da Família (ISCF) obteve no ano 2000 o reconhecimento de “Direito Pontifício”, por parte da Santa Sé. Este reconhecimento significa que aquela minúscula semente lançada no domingo de Pentecostes de 1933, acolhida pelo Padre Brás e confiada por ele àquelas ‘primeiras seis colaboradoras’, caiu em boa terra, frutificou e multiplicou-se.
Conceder o Direito Pontifício a uma instituição eclesiástica (como congregações religiosas, ordens, institutos seculares ou sociedades de vida apostólica), é um processo criterioso que envolve aspetos espirituais, jurídicos e administrativos.
Tal como as pessoas, as instituições, evoluem e passam por várias fases de reconhecimento e dependência. A Santa Sé, depois de analisar o histórico do ISCF, desde 1933 até ao ano 2000, reconheceu que se tratava de um Carisma válido, útil e complementar, alinhado com os objetivos universais e pastorais da Igreja, na sua razão de ser e finalidades, condições favoráveis à conceção do Direito Pontifício. A sua expansão para outros países, foi também condição essencial para este reconhecimento.
Significa que a Santa Sé lhe reconheceu uma certa maturidade e estabilidade a nível doutrinal e das estruturas que o ‘suportam’; reconheceu-lhe capacidade de viver e transmitir os valores espirituais, teológicos e pastorais, específicos da Consagração Secular e da singularidade do Carisma, confiado em dom ao Fundador. Constatou que o seu estilo de vida e missão apostólica, aconteciam em conformidade com o Direito Canónico e as suas normas particulares, que regulam a vida e ação, estavam em conformidade com os princípios da fé católica e a disciplina eclesiástica.
O Direito Pontifício, confere às Instituições por ele contempladas, autonomia em relação às dioceses locais e um vínculo direto com a Santa Sé. Uma vez de Direito Pontifício, o instituto ficou obrigado a demonstrar comunhão com a Igreja universal e a dispor-se diretamente a ser supervisionado pela Santa Sé, mais concretamente, pelo Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
Para as Cooperadoras da Família a celebração deste jubileu é expressão da confiança que a Igreja depositou e deposita no Instituto; do seu reconhecimento do Carisma confiado ao Fundador, como dom do Alto, cuja missão consiste no ‘cuidado da santificação das Famílias e dos Sacerdotes’ por parte dos seus membros e, na oblação da sua vida a esta missão, santificando-se nas tarefas de cada dia, comuns a todos.
Celebrar este evento em ano jubilar do centenário da Ordenação Sacerdotal do Padre Brás e em pleno jubileu da Igreja é um desafio a um enorme grito e canto de gratidão: a Deus, à Igreja e a todas as Cooperadoras (vivas e falecidas) que, entre luzes e sombras, continuaram a desbravar caminhos, ao longo destes 25 anos. Significa um enorme desafio a ser, hoje e sempre, “sinais credíveis de Amor, Acolhimento e Misericórdia”, como nos deixou em testamento o Fundador: “Eu sigo o caminho do Amor é o caminho que vos deixo.” (Padre Brás)
Esta celebração ocorrerá sob o signo da Esperança, reforçando a comunhão com toda a Igreja e com o jubileu do Padre Brás, sentindo-nos “peregrinos de esperança”, numa atitude de Gratidão, Confiança e Compromisso. Este jubileu é também um acontecimento que exige a cada Cooperadora responsabilidade. Compromete-nos a cuidar e a viver a vocação e a missão com mais empenho e maior integridade.
O dia 04 de janeiro de 2025, escolhido para um encontro internacional do ISCF, presencial, mas também via online, em Fátima, será, assim o desejamos e projetamos, um dia de ação de graças; um marco histórico na vida de cada Cooperadora, fortalecendo o desejo e o compromisso de “sermos merecedoras de continuar a levar em ‘nossas mãos de barro’ a riqueza e a graça do dom confiado”, expressando-o no Amor a Deus, ao Instituto, à Igreja e no ‘cuidado da santificação das Famílias’.
Um itinerário, todo ele repassado de gratidão, oração e comunicação, antecedeu este Jubileu, a fim de ser vivido com mais intensidade e alegria. Perspetivando o futuro, sentimo-nos chamadas a viver na esperança e na confiança de que Ele, fonte de toda a vida e vocação, continuará a chamar ao Instituto as vocações necessárias para que este prossiga na fidelidade a Deus, à Igreja e à intuição primeira confiada ao Fundador.
Deolinda Araújo
Cooperadora da Família
Foto: Arquivo ISCF