Gestão do stress

“Comportamentos 'vitamina' geram energia positiva, tão necessária para que as famílias enfrentem, com ânimo, as tribulações com que estamos confrontados”, afirma Furtado Fernandes num artigo que nos ajuda a compreender o stress.

Estar vivo é um desafio espiritual, psicológico, físico, económico e social.

Ao exercitarem a sua capacidade de adaptação as pessoas defrontam-se com o fenómeno do stress. Umas vezes consideram-no uma oportunidade para aumentarem os seus níveis de motivação – stress positivo. Outras vezes consideram-no uma ameaça que se traduz numa penalização pessoal – stress negativo.

Referindo-se ao stress, entenda-se aqui stress negativo, Adriano Vaz Serra, in O Stress na vida de todos os dias, afirma:

“Por definição podemos referir que um indivíduo se sente em stress quando considera que não tem aptidões nem recursos (pessoais ou sociais) para superar o grau de exigência que dada circunstância lhe cria e que é considerada importante para si. Devido a este facto desenvolve a perceção de não ter controlo sobre essa circunstância”.

Os tempos que estamos a viver – a pandemia que ainda não terminou e, mais recentemente, a Guerra na Ucrânia – potenciam níveis de stress negativo, porquanto temos a noção da nossa impotência face a acontecimentos de tamanha magnitude e gravidade. Como refere o Papa Francisco, in Contra a Guerra, “não se detém, infelizmente, a violenta agressão contra a Ucânia, um massacre insensato onde se repetem todos os dias destruições e atrocidades”.

Quer a pandemia quer a guerra, por razões diferentes, causam um enorme sofrimento, físico e psicológico, a que se juntam sequelas económicas e sociais que fustigam a vida das pessoas. O Padre Jardim Moreira, Presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, disse, recentemente que, antes da pandemia, havia, em Portugal, 12% de pessoas que, trabalhando, eram pobres, hoje esse número é de 20%.

Obviamente que toda esta envolvente tem impacto nas famílias, podendo gerar crises se, em particular, os membros do casal não adotarem os comportamentos mais adequados – isto é, se não agirem com Inteligência Emocional.

Marian Rojas Estapé, no seu livro Encontre a sua Pessoa Vitamina, aborda o que define como comportamentos tóxicos e comportamentos vitamina.

Como se compreende importa mitigar os primeiros e maximizar os segundos. Façamos, então, para uma melhor caracterização, a enunciação dos aspetos fundamentais de uns e de outros.

  • Comportamentos tóxicos:
    • Egoísmo – a raiz de todos os comportamentos nefastos;
    • Negativismo – pessimismo extremado, nada tem valor;
    • Inveja – reclamam-se para si méritos alheios;
    • Vitimização – consideram-se o polo de atração de todas as “desgraças”, alijando responsabilidades próprias;
    • Crítica destrutiva – não criam valor, o seu objetivo é menosprezar;
    • Manipulação – é alguém que seduz primeiro para, depois, pressionar de forma ilegítima.
  • Comportamentos vitamina:
    • Aumentam a nossa autoestima;
    • Apoiam-nos e motivam-nos;
    • Realçam o que há de melhor em nós;
    • Procuram aliviar o sofrimento;
    • Tentam compreender sem nos julgar;
    • Transmitem alegria e vontade de viver;
    • Sabem agradecer e demonstram-no;
    • Afastam emoções negativas e potenciam o que é positivo;
    • Têm sentido de humor.

Comportamentos vitamina geram energia positiva, tão necessária para que as famílias enfrentem, com ânimo, as tribulações com que estamos confrontados.

Furtado Fernandes
j.furtado.fernandes@sapo.pt
Artigo da edição de dezembro de 2022 do Jornal da Família

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