Este mês de Outubro é mesmo muito especial para a escola e para a família. Parece que tudo começa de novo, mas afinal é apenas o dar continuidade a uma caminhada educativa já iniciada há muito. Naturalmente que existem mudanças a vários níveis, pois os jovens crescem e mudam de escola, de nível de ensino e às vezes até de cidade. Novas turmas, novos professores e colegas, novas cidades para quem entra na Universidade e novas realidades. Para tudo isto já houve preparação prévia, com uma caminhada escolar e familiar, que se presume atenta e eficaz. Muito se poderia rever hoje aqui sobre métodos, ferramentas, apoios e até pedagogias, mas vamo-nos centrar em três aspetos fundamentais e que podem fazer toda a diferença neste caminho conjunto e que convém estarmos atentos e não descuidar.
A Alimentação é sempre um fator importante para o desenvolvimento humano, mas, em tempo de aulas, é ainda maior a importância, pois interfere com os comportamentos e com as aprendizagens. O pequeno almoço é uma refeição primordial. É bom que os pais e professores estejam atentos. Questionar sobre as refeições na escola pode ser um momento de partilha de ideias e é uma forma interessante de comprovar a alimentação realizada. Convém lembrar que há alunos que não comem porque se esquecem ou estão ocupados com brincadeiras e distrações. Depois, o rendimento não pode ser o mesmo nem a atenção a que se pretende. A saúde pode diminuir, a indisciplina aumentar e as aprendizagens não serem efetuadas.
As Mochilas também devem ser motivo de preocupação. O peso exagerado das mochilas é intolerável, sobretudo quando se trata de crianças pequenas e frágeis. Colocar apenas nas mochilas os materiais referentes às aulas do dia. Há dias que, por causa das aulas de educação física, haverá necessidade de colocar algo mais, mas convém que o peso não seja desproporcional. Escolher materiais leves é uma ideia brilhante, bem como multifuncional, como por exemplo um Caderno Diário que inclua todas as disciplinas. Fica ao critério de cada um, mas era bom não esquecer estes pormenores. É claro que estas situações acontecem com maior frequência nos alunos mais jovens. À medida que crescem vão aprendendo a reduzir o material e a levar apenas o indispensável para o estudo ou realização de atividades. A experiência vai permitir aprenderem a selecionar.
A exposição acentuada aos Ecrãs tem vindo a revelar-se prejudicial a vários níveis e deverá ser motivo de preocupação e de atenção de toda a comunidade educativa. Queremos jovens saudáveis a nível físico e psicológico para que construam um mundo onde seja agradável viver. As escolas já receberam algumas instruções do ministério da educação relativamente ao uso dos telemóveis, tablets e computadores nas escolas. Compete a cada uma operacionalizar da forma que melhor entendam ser adequada ao seu ambiente educativo. Uma utilização constante destes ecrãs sem qualquer tipo de seleção de programas pode, sobretudo para os mais novos, crianças até aos doze anos, interferir negativamente para a formação do seu carater, socialização, e aprendizagens escolares. A pedagogia do “não” em algumas circunstâncias é uma mais-valia para um crescimento salutar e eficiente. Confrontam-se com a ideia de que existem limites e regras, o que os podem tornar mais criativos, autónomos e resilientes, capazes de se adaptarem ao mundo em que vivem.
O Tempo é um fator relevante para o crescimento e acompanhamento familiar. Cada vez mais parece que há menos tempo para tudo. Um bocadinho no final do dia para a família é pouco, mas bem aproveitado pode fazer a diferença na formação dos mais pequenos e em idade escolar. Estar atento às refeições, mochilas e ecrãs já é uma grande tarefa e um grande contributo.
Juntos, fazemos a diferença e melhoramos o mundo. Bom ano escolar!
Goretti Valente
Artigo da edição de outubro de 2024 do Jornal da Família
Imagem ilustrativa: Pexels/Tima Miroshnichenko