Escrever à mão ou escrever no teclado

Na era da tecnologia o teclado reina, mas em ambiente escolar, nomeadamente nos primeiros anos de aprendizagem, a escrita manual tem inúmeros benefícios. Um artigo da Prof.ª Goretti Valente para ler e tirar notas... com papel e caneta.

 Nos dias de hoje os dois tipos de escrita (cursiva e teclado) fazem parte das aprendizagens em meio escolar. Em época tecnológica, naturalmente que o teclado tem mais adeptos, não só para entretenimento, como é o caso dos jogos, mas também para a apresentação de conteúdos escolares. A preferência pelo computador é notória e intensa deixando de lado a caneta e o papel. Esta escolha e opção apesar de ter muitos aspetos positivos pode não ser a mais indicada relativamente ao desenvolvimento da linguagem e mesmo das aprendizagens. Então, temos que estar todos atentos a esta situação, sobretudo em anos de escolaridade inicial.

 Os cientistas estudiosos desta área referem que o escrever à mão aumenta a conectividade cerebral muito mais do que escrever no teclado, pois permite uma melhor precisão ortográfica e memorização. Aconselham mesmo a utilização mais frequente da escrita manual onde existe uma maior interligação de estímulos. O cérebro fica muito mais ativo, envolvem-se mais sentidos e a atenção aumenta, o que melhora a parte cognitiva. Aulas de caligrafia em épocas tecnológicas fazem bem e, até certo ponto, promovem o equilíbrio. Em alguns países onde se entendeu deixar de utilizar a escrita manual por vários motivos, e também porque se entendeu que a tecnologia devia prevalecer, neste momento, e após estudos realizados em jovens estudantes e também pela contestação levada a cabo por encarregados de educação preocupados com o nível das aprendizagens realizadas pelos seus educandos, verificamos que houve uma reposição da escrita manual em vários setores escolares, com mais intensidade no primeiro ciclo.

Tendo em conta os estudos realizados e verificando-se que há proveitos para o desenvolvimento da motricidade fina, da memorização, da leitura, da linguagem e das aprendizagens em geral, precisamos ponderar uma maior utilização da escrita cursiva, isto é, da caneta, do lápis, do papel, do bloco de notas, mesmo em tempos onde o computador impera. Treinar a caligrafia pode ser uma atividade de Natal em família. Todos vão sair beneficiados. Uma carta ao Menino Jesus ou ao Pai Natal, um desenho, porque não? Um concurso de Caligrafia movimenta as aptidões artísticas de todos! Ideias para esta quadra tão da família não faltam. Agora é pensar e por em ação.

 Boas Festas e boas escritas e leituras.

Goretti Valente
Artigo da edição de dezembro de 2024 do Jornal da Família

Foto ilustrativa: Pexels/Roman Odintsov

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